O segredo que fez a Asics superar Nike e Adidas na preferência dos corredores

A Asics conquistou o segmento dos tênis de corrida premium. Não só vende mais, como suas margens de lucro são muito maiores

Tênis Asics / Imagem: Dmitry (Pexels)
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

1453 publicaciones de Victor Bianchin

A corrida de rua é mais que um esporte da moda — é uma forma de alcançar status social, um estilo de vida que nem todo mundo entende. Como acontece com qualquer coisa que tenha uma grande base de fãs, existe uma indústria lucrando com isso: no caso das corridas, o objeto de desejo número um são os tênis.

Quando pensamos em calçado esportivo, as marcas que vêm à mente da maioria das pessoas são Nike e Adidas. No entanto, há algum tempo, elas vêm cedendo o trono a novas competidoras. A Asics é uma delas e já conseguiu superar as outras duas em um segmento muito cobiçado: o dos tênis de corrida acima de 90 dólares (R$ 490).

Segundo o Nikkei Asia, na última reunião de investidores, a Asics se orgulhou de ter se coroado como a marca de tênis de corrida favorita do público no segmento premium. Nos primeiros nove meses do ano, a empresa alcançou 17,4% de participação de mercado no Japão, EUA e Europa, o que a coloca no primeiro lugar do ranking.

A Asics soube aproveitar o boom da corrida que surgiu durante a pandemia e o preço de suas ações se multiplicou por oito nos últimos cinco anos. Em agosto, a Asics alcançou uma capitalização de mercado de 3 trilhões de ienes (cerca de 19,4 bilhões de dólares). As previsões são muito otimistas e apontam que os lucros deste ano crescerão 17,9%, chegando a 800 bilhões de ienes (5,17 bilhões de dólares).

Asics

Nike e Adidas continuam sendo muito maiores em termos de receita total, com 46,3 e 27,3 bilhões de dólares, respectivamente. O que realmente chama a atenção é que a margem de lucro da Asics é muito mais alta. As projeções deste ano a colocam em 17,5%, mais do que o dobro da Nike, que registrou margem de 8% em 2024. A Adidas está em 5,6%.

Guinada

As coisas nem sempre foram tão boas para a Asics. Em 2012, houve críticas à marca porque seus atletas não conseguiram bons resultados nos Jogos Olímpicos de Londres; chegou-se até a dizer que um deles se retirou por causa de um problema com o calçado. Também não tiveram um bom desempenho na Olimpíada do Rio em 2016 e em Tóquio 2020, por isso criaram uma nova equipe de desenvolvimento levando em conta o feedback dos atletas e definiram sua estratégia para os próximos anos.

A Asics apostou por diversificar e oferecer muita variedade de modelos dentro do segmento de corrida premium. Onde a concorrência oferece um punhado de modelos, a Asics tem cinco grandes categorias, cada uma focada em uma característica específica (rebote, estabilidade, velocidade...) e, dentro de cada categoria, conta com pelo menos três modelos, o que torna seu catálogo um dos mais extensos e que cobre desde corredores casuais até atletas profissionais.

Os tênis baratos não vendem

Um detalhe curioso é que, ao mesmo tempo em que a Asics aumentou sua oferta de tênis acima de 90 dólares, reduziu seu catálogo de modelos mais econômicos porque as vendas estão caindo. Acontece que, após a pandemia, os tênis de corrida que mais vendiam eram os mais baratos. Agora, entretanto, o que vende melhor é o calçado de alto desempenho. Faz sentido: quem começou a correr em 2020 melhorou muito seu nível e já não se satisfaz com tênis baratos.

O modelo de corrida mais avançado da Asics é o Metaspeed Ray. Ele custa R$ 3.000,00 e seu principal atrativo é pesar apenas 129 gramas. Mas os tênis de corrida mais populares são os do modelo Novablast, que custam metade disso.

A Nike sempre foi a referência em calçados esportivos e compete com o Pegasus 41 e o Vaporfly 4, mas, na vitrine dos tênis de corrida, ela já não é a rainha. Além da Asics, há outras marcas, como Brooks, Saucony e Hoka, que também ganharam espaço nos últimos anos.

Imagem | Dmitry (Pexels)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


Inicio