Tendências do dia

Nintendo também está se movimentando em relação às tarifas: enviando milhares de consoles do Vietnã para os EUA

  • Empresa está acelerando os envios do Vietnã para driblar tarifas

  • Apple optou por estratégia semelhante, enviando unidades da Índia

Imagens: Cláudio Luiz Castro | Brandon Day
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A trégua temporária nas tarifas recíprocas, anunciada há alguns dias por Donald Trump, desencadeou uma corrida contra o tempo entre as grandes empresas de tecnologia para ajustar suas ações. Entre elas, a Nintendo. A empresa japonesa decidiu adiar as pré-encomendas do seu aguardado Nintendo Switch 2 nos Estados Unidos e não hesitou em atribuir isso publicamente ao contexto de uma guerra comercial.

Da China para o Vietnã: a mudança que a Nintendo já havia imaginado

Embora grande parte de sua produção fosse concentrada na China, a Nintendo começou em 2019 a transferir parte de sua produção para o Vietnã. Na época, a empresa garantiu que não se tratava de uma manobra por questões tarifárias, mas sim de uma estratégia para diversificar sua cadeia de suprimentos. Com o tempo, a decisão fez ainda mais sentido.

Hoje, um terço das unidades do novo Nintendo Switch 2 sairá das fábricas no Vietnã. A fabricante contratada, a Hosiden — equivalente à Foxconn, que trabalha com a Apple, no ecossistema da Nintendo — está agora sob pressão para acelerar o ritmo de produção e aproveitar ao máximo a atual janela tarifária.

Peso das tarifas: 145%, 46% ou 10%

Se toda a produção permanecesse na China, as remessas para os Estados Unidos estariam sujeitas a uma tarifa de 145%, um golpe devastador para a empresa. O Vietnã, por outro lado, enfrentava uma taxa de 46%, que foi temporariamente reduzida para 10% devido à suspensão temporária anunciada por Washington.

De acordo com a Bloomberg, a Nintendo está se apressando para introduzir o maior número possível de consoles em território americano enquanto essa tarifa reduzida estiver em vigor. Só em fevereiro, a Hosiden enviou mais unidades do Vietnã do que nos seis meses anteriores. A lógica é simples: encher armazéns agora custa muito menos do que pagar taxas mais altas posteriormente.

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O tempo está passando e muitas negociações estão pendentes

A suspensão das tarifas foi fixada em 90 dias. Esse é o prazo que os Estados Unidos e o Vietnã têm para negociar, embora Washington também esteja em negociações com muitos outros países. Paralelamente, Vietnã e Estados Unidos já abriram um canal para explorar um acordo comercial "recíproco".

Enquanto isso, a tarifa de 10% permanece em vigor. E se não houver progresso, o risco de retornar a 46% está em jogo. Segundo a empresa Bernstein, a Nintendo poderia assumir essa tarifa de 10% sem aumentar o preço nos Estados Unidos, mantendo-o nos US$ 450 anunciados. Mas se a tarifa aumentar, o impacto seria repassado ao consumidor: o preço poderia subir entre US$ 50 e US$ 100.

Reservas suspensas, remessas inalteradas

As reservas, inicialmente agendadas para 9 de abril, ainda estão em aberto. A Nintendo não comunicou uma nova data para os Estados Unidos. O que não mudou — pelo menos por enquanto — é a data de entrega: 5 de junho.

A Apple, por sua vez, também está reagindo

A Apple também está se movendo rapidamente. A empresa optou por enviar 1,5 milhão de iPhones da Índia para os Estados Unidos em aviões de carga, de acordo com a Reuters. A Índia, assim como o Vietnã, se beneficia da tarifa reduzida de 10% durante esse período de 90 dias.

Imagens | Cláudio Luiz Castro - Espanha | Brandon Day

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