A Phelon & Moore é um daqueles nomes que soam como história do motociclismo europeu. E, bem, é mesmo. Fundada na Inglaterra no início do século 20, esteve em atividade entre 1904 e 1967 e ficou conhecida por soluções técnicas pouco convencionais para a época, como motores monocilíndricos inclinados que, já nos anos 1920, funcionavam como elemento estrutural do chassi. Uma marca pequena, inovadora e com certo prestígio histórico… que desapareceu por quase seis décadas.
Agora, em 2025, esse nome voltou à cena. E voltou em um contexto muito diferente do original. O relançamento da Phelon & Moore foi apresentado no EICMA de Milão com uma linha completa de cinco modelos, entre eles uma trail média chamada Capetown 7, que é a que realmente chamou a atenção. Não tanto pelo que representa historicamente, mas pelo que deixa entrever em nível industrial.
Embora o nome seja britânico, a nova Phelon & Moore é um projeto claramente internacional. O design e o desenvolvimento se dividem entre Polônia e Itália, enquanto boa parte da tecnologia aponta diretamente para a China, seguindo o caminho que outras marcas europeias “ressuscitadas” já trilharam nos últimos anos. Não é um caso isolado nem especialmente estranho no mercado atual, mas define bem o tom dessa nova fase.
A Capetown 7 é uma trail de média cilindrada, especificamente 700 cc, pensada mais como uma moto de turismo de aventura do que como uma enduro pura. E seu traço de identidade mais evidente é o braço oscilante monobraço de alumínio, algo nada comum nesse segmento. Visualmente, ele se destaca bastante, sobretudo em uma moto que aposta em um design moderno e em um pacote de equipamentos generoso.
O motor é um bicilíndrico em paralelo de 693 cc, que desenvolve 74 cv a 8.500 rpm e 68 Nm de torque a 6.500 giros. Pelos números e pela arquitetura, ele fica muito próximo dos conhecidos motores da família 650 da Kawasaki e também lembra o conjunto usado pela CFMoto na 700 CL-X. Não há confirmação oficial sobre sua origem, mas o parentesco técnico e visual é, digamos, difícil de ignorar.
A Phelon & Moore vai vender a Capetown 7 em três versões. A S é a mais básica, com rodas de liga leve de 19 polegadas na dianteira e 17 na traseira, suspensões com 170 mm de curso e um pacote de série bastante completo: ABS, controle de tração, tela TFT de 7 polegadas com conectividade, monitoramento da pressão dos pneus, manoplas aquecidas, iluminação full LED, para-brisa ajustável e até sistema de câmeras. Tudo isso com altura do assento de 810 mm e peso em ordem de marcha de 240 kg, um valor elevado se comparado diretamente a rivais como a Kawasaki Versys 650.
Acima dela está a Capetown X, que mantém a mesma base técnica, mas adiciona rodas raiadas e acabamentos um pouco mais refinados. E, no topo da linha, surge a edição limitada Pininfarina, restrita a 595 unidades, com decoração específica em branco e rodas raiadas também brancas. Um aceno ao design italiano que busca reforçar a imagem premium do modelo, embora, por enquanto, ainda não haja preço confirmado.
O nome Capetown não é casual. Ele faz referência à viagem que Teresa Wallach e Florence Blenkiron realizaram em 1935, de Londres até a Cidade do Cabo, a bordo de uma Panther, uma marca historicamente ligada à Phelon & Moore. Um detalhe histórico bem escolhido, embora o produto atual esteja claramente desconectado daquele contexto técnico e filosófico.
Por enquanto, a Phelon & Moore não comunicou preços oficiais, mas a previsão é posicionar a Capetown 7 abaixo de rivais diretas como a Versys 650.
Imagens | Phelon & Moore
Este texto foi traduzido/adaptado do site Motorpasión.
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