O aliado inesperado: não é remédio nem quimio, mas uma bactéria intestinal que 'aniquilou' o câncer em novo estudo

Uma nova era de terapias oncológicas?

Bactéria
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Vika Rosa

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Vika Rosa

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, cobrindo os mais diversos temas. Apaixonada por ciência, tecnologia e games.


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Uma descoberta recente vinda do Japão pode representar um dos maiores avanços na oncologia dos últimos anos. Pesquisadores do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia do Japão (JAIST) identificaram uma bactéria natural, presente no intestino de rãs-arborícolas, que foi capaz de erradicar completamente tumores de câncer colorretal em camundongos. O estudo foi publicado na revista Gut Microbes.

A bactéria, chamada Ewingella americana, apresentou uma taxa de sucesso de 100% nos testes com animais, superando a eficácia de tratamentos convencionais, como a quimioterapia e certas imunoterapias. O mais impressionante é que o organismo agiu de forma seletiva, destruindo o câncer sem danificar os tecidos saudáveis.

Como o "exército bacteriano" ataca o câncer

A eficácia da E. americana se deve a uma combinação de mecanismos que transformam o tumor em um alvo fácil para o corpo. 

Por ser uma bactéria anaeróbica, ela se sente atraída pelo ambiente pobre em oxigênio dos tumores. Após uma única aplicação, sua presença no local do câncer aumentou em cerca de 3.000 vezes.

A rápida proliferação da bactéria dentro do tumor libera proteínas que "chamam" o sistema imunológico (células T e B) para atacar a massa cancerígena.

A bactéria não coloniza órgãos saudáveis e é rapidamente eliminada da corrente sanguínea, provocando apenas uma inflamação leve que desaparece em até 72 horas.

Possíveis avanços na terapia natural contra o câncer

A equipe liderada pelo professor Eijiro Miyako isolou o microrganismo após analisar 45 cepas diferentes de anfíbios e répteis japoneses. Embora os resultados em camundongos sejam revolucionários, os cientistas ressaltam que ainda são necessários mais estudos antes de realizar testes em humanos.

O foco atual dos pesquisadores é entender se a E. americana é igualmente eficaz contra outros tipos de câncer e como ela pode ser utilizada em conjunto com tratamentos já existentes para potencializar a cura.

Se os resultados se confirmarem em fases futuras, poderemos estar diante de uma nova era de terapias oncológicas mais potentes e com menos efeitos colaterais.

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