Google acaba de anunciar o que mais se aproxima das chamadas holográficas da ficção científica

  • Google transformou Starline em Beam, uma plataforma de videochamada 3D com inteligência artificial

  • Usa vídeo volumétrico, exibição de campo de luz e tradução em tempo real sem perder a expressividade

  • HP, Zoom e outras grandes empresas demonstraram interesse nessa proposta

Imagem: Reprodução/Google
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
matheus-de-lucca

Matheus de Lucca

Editor-chefe

Editor-chefe do Xataka Brasil. Jornalista há 10 anos, entusiasta de tecnologia, principalmente da área de computação e componentes de PC. Saudosista da época em que em vez de um celular fazer tudo que se possa imaginar, tínhamos MP3, alarme e relógio.

As chamadas com vídeo têm sido úteis há anos. Uma solução que funciona, embora com limitações óbvias. Ver e ouvir a outra pessoa é bom, mas a sensação de proximidade real ainda está muito distante. O Google vem tentando resolver esse problema há algum tempo, e agora decidiu dar um passo mais determinado para isso.

Essa etapa é chamada de Beam. É o novo nome de uma tecnologia que já conhecíamos como Project Starline, uma proposta experimental que buscava recriar a experiência de uma conversa cara a cara em três dimensões. Agora, essa ideia está evoluindo na forma de uma plataforma. O Beam nasceu como um sistema de comunicação projetado para ser integrado em ambientes reais, com o suporte da infraestrutura do Google Cloud e alimentado por modelos avançados de inteligência artificial.

O segredo do Google Beam é seu modelo de vídeo volumétrico. Um sistema baseado em IA que transforma um sinal de vídeo 2D em uma representação tridimensional realista, visível de qualquer ângulo. Quando combinado com uma tela de campo de luz, ele cria uma sensação de profundidade que permite manter contato visual, interpretar expressões e gerar uma comunicação mais natural. De acordo com o Google, isso ajuda a criar confiança e compreensão, como se a conversa fosse face a face.

O objetivo declarado da empresa é criar conexões mais significativas entre as pessoas, onde quer que elas estejam. Para atingir esse objetivo, o Beam se baseia em dois pilares fundamentais: a confiabilidade e a escalabilidade do Google Cloud e sua experiência acumulada em inteligência artificial. Tudo projetado para se integrar perfeitamente aos fluxos de trabalho existentes.

Tradução em tempo real sem sacrificar a naturalidade

O Beam não se concentra apenas na imagem. Ele também quer torná-la mais fácil de entender. Um dos recursos mais impressionantes é a tradução de voz em tempo real, outra novidade revelada durante o Google I/O 2025 e já disponível hoje no Google Meet, ainda que apenas em tradução de inglês para espanhol e vice-versa. Ela permite uma conversa fluente entre pessoas que falam idiomas diferentes, preservando o tom, a cadência e as expressões de cada falante. O resultado é uma conversa mais natural, em que a tecnologia é menos perceptível e a conexão entre as pessoas é maior.

Para o Google, essa funcionalidade é apenas o começo. Sua visão de longo prazo é clara: tornar possível que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, veja e entenda os outros com clareza.

Imagem: Reprodução/Google

Por enquanto, o Beam é voltado para o ambiente profissional. O Google anunciou um acordo com a HP para lançar os primeiros dispositivos compatíveis, que chegarão a clientes selecionados ainda este ano. Deve-se observar que ele não funcionará em todas as configurações. Esses dispositivos terão várias câmeras para capturar o objeto de diferentes ângulos.

Além disso, a empresa está colaborando com empresas como Zoom, Diversified e AVI-SPL para integrar essa tecnologia em vários ambientes corporativos. Grandes organizações já demonstraram interesse, incluindo a Deloitte, a Salesforce, a Citadel, a NEC, a Hackensack Meridian Health, Duolingo e Recruit. A Deloitte, por exemplo, enfatiza que o Beam não é apenas um avanço tecnológico, mas uma maneira de repensar como nos conectamos na era digital.

Estar presente sem estar presente. Essa é a ideia central do Beam. Não se trata apenas de um aprimoramento técnico, mas de uma evolução na forma como nos comunicamos. O Beam quer que falar com alguém remotamente não seja como uma chamada de vídeo, mas como uma conversa cara a cara.

Inicio