A peste negra, conhecida também como peste bubônica, já foi uma das doenças mais perigosas e temidas da Europa no século XIV, responsável por provocar uma pandemia no continente que matou milhões de pessoas. Felizmente, graças ao avanço da medicina e melhorias na higiene, a doença foi contida e deixou de ser um problema global. No entanto, a ameaça que parecia ter ficado para trás, pode ter voltado com tudo. Um morador da região da Sierra Nevada, na Califórnia, Estados Unidos, foi diagnosticado com a peste, gerando preocupação em todo mundo. Mas será que realmente há motivo para alarde? A seguir, entenda melhor sobre essa doença, os perigos relacionados a ela e as formas de tratamento.
O que é a peste negra?
A peste negra, causada pela bactéria Yersinia pestis, infelizmente ainda circula por aí, especialmente entre roedores, como ratos, esquilos, tatus e furões. Ou seja, embora a peste seja popularmente associada à um problema antigo, a doença nunca foi totalmente erradicada. Isso porque os roedores funcionam como uma espécie de depósito da infecção, o que torna a erradicação praticamente impossível.
Contudo, devido aos avanços impressionantes na medicina, hoje os casos são raríssimos. Geralmente, eles se concentram em regiões rurais, onde há um contato maior com animais silvestres, como roedores selvagens, mas não é uma regra. No caso do morador diagnosticado com a peste, por exemplo, acredita-se que ele tenha contraído a doença em South Lake Tahoe, cidade da Califórnia localizada em meio à natureza e montanhas.
Além disso, diferente da Idade Média, em que os recursos eram escassos e a desinformação sobre a doença também, a medicina hoje dispõe de meios para tratar a infecção de forma eficaz, o que impede que ela se transforme em uma pandemia e assuma a dimensão catastrófica do passado.
Os sintomas da doença podem variar de acordo com o tipo de peste
Apesar da doença ser conhecida como peste negra, existem três tipos diferentes de peste: a bubônica, septicêmica e a pneumônica. É por isso que a infecção pode se manifestar de diferentes formas no corpo humano. A mais comum é a peste bubônica, caracterizada por febre, calafrios, fraqueza intensa e inchaço doloroso dos gânglios linfáticos. Já na peste septicêmica, a bactéria atinge a corrente sanguínea, provocando falência de órgãos se não houver intervenção rápida. A forma mais grave é a peste pneumônica, que compromete os pulmões e ainda pode ser transmitida de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias.
Entenda como ocorre a transmissão da doença

A transmissão da peste negra é mais fácil do que você imagina. De modo geral, o ciclo da doença envolve roedores e as pulgas que vivem neles. A transmissão para humanos ocorre quando ele é picado por uma pulga infectada com a bactéria, com exceção da peste septicêmica, que pode ser transmitida por gotículas entre humanos. Além da picada do carrapato, outra forma de exposição ocorre no contato direto com animais doentes, como em caçadas ou na manipulação da carcaça dos animais. Animais domésticos, especialmente gatos, também podem ser contaminados ao caçar ou brincar com roedores. Apesar disso, a transmissão direta entre pessoas é extremamente rara hoje em dia.
O tratamento da peste negra envolve medicação
Apesar de ser uma doença que dizimou milhões de pessoas na Idade Média, hoje, felizmente, a peste é uma doença tratável. No entanto, para que o tratamento seja eficaz, ela precisa ser diagnosticada rapidamente. Para isso, médicos prescrevem o uso imediato de antibióticos, sem esperar pelos resultados laboratoriais, justamente para reduzir o risco de complicações graves.
Ainda que seja assustador a hipótese de contrair a peste, essa doença não é muito disseminada. Nos Estados Unidos, a média é de apenas sete casos por ano, e a grande maioria tem boa recuperação quando o tratamento é iniciado precocemente. Já no Brasil, o último caso registrado da peste foi há 20 anos atrás, em 2005, no município de Pedra Branca, no Ceará.
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