A maior câmera digital do mundo já está em operação. E o que ela viu em apenas algumas horas de teste é simplesmente impressionante.
Localizado no privilegiado mirante de Cerro Pachón, no Chile, o Observatório Vera C. Rubin aponta para o céu com uma câmera digital do tamanho de um carro pequeno. Seu sensor de 3.200 megapixels é o maior e mais potente já construído.
Foram mais de duas décadas de desenvolvimento, mas a espera valeu a pena. O que ele é capaz de capturar não são apenas “fotos bonitas” do universo. Em apenas 10 horas de operação, os resultados preliminares já superam anos de trabalho de outros observatórios.
O que ele viu em 10 horas
Nesse curtíssimo período de tempo de 10 horas, o Observatório Rubin foi capaz de capturar 10 milhões de galáxias. Isso representa apenas 0,05% das 20 bilhões de galáxias que seus operadores esperam catalogar durante sua missão principal.
Mas, além disso, o equipamento também descobriu 2.104 asteroides nunca antes vistos. Esse número, por si só, já é surpreendente se comparado aos cerca de 20.000 asteroides descobertos por todos os demais observatórios do mundo ao longo de um ano inteiro. O Rubin fez 10% desse trabalho em menos de meio dia. Entre eles, encontrou sete asteroides próximos da Terra, mas todos fora da nossa trajetória.
A maior câmera do mundo
Financiado pela Fundação Nacional de Ciências (NSF) e pelo Departamento de Energia (DOE) dos Estados Unidos, o Observatório Rubin promete “captar mais informações sobre o nosso Universo do que todos os telescópios ópticos de toda a história juntos”, nas palavras de Brian Stone, diretor interino da NSF.
Montada sobre um telescópio de 8,4 metros de diâmetro, encontra-se a Câmera de Pesquisa do Espaço-Tempo como Legado para a Posteridade (LSST), uma façanha tecnológica de 2.800 kg. Cada imagem que captura cobre uma área do céu equivalente a 45 luas cheias.
E quem foi Vera Rubin? O observatório deve seu nome à astrônoma norte-americana que forneceu as provas mais conclusivas da existência da matéria escura — a substância invisível que parece constituir 85% da matéria do cosmos. O mapa dinâmico e ultrapreciso que será criado pelo Observatório Rubin ao longo dos próximos dez anos desempenhará um papel fundamental para entender sua natureza.
O observatório gerará aproximadamente 20 terabytes de dados por noite. Ao longo de seus dez anos de vida útil, o conjunto final de dados chegará à marca de 500 petabytes. Só em seu primeiro ano, ele coletará mais dados do que todos os observatórios ópticos anteriores juntos.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
Ver 0 Comentários