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Nasa conseguiu fazer com que a Voyager 1 ligasse motores que estavam inativos há décadas; era isso ou perder a sonda

  • As sondas espaciais Voyager foram lançadas há 47 anos

  • A Voyager 1 é o objeto fabricado por humanos que chegou mais longe da Terra (24.671.082.000 km)

Imagem: NASA/JPL-Caltech
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Os controladores das sondas Voyager da NASA não gostam de sustos. Em maio, após a Voyager 1 passar seis meses enviando dados sem sentido, uma atualização de software corrigiu o problema e trouxe tudo de volta à normalidade. Mas, no final de agosto, a sonda precisou superar um problema muito mais mecânico.

Em resumo, a sonda espacial Voyager 1, lançada há 47 anos, conseguiu ligar um conjunto de propulsores que não utilizava havia décadas. Essa foi a solução à qual a NASA recorreu para corrigir a orientação da nave após uma obstrução nos motores que normalmente utiliza.

Tudo obstruído

Após meio século vagando pelo espaço, os tubos de combustível dos propulsores que a Voyager 1 estava usando se obstruíram com dióxido de silício, resultado do envelhecimento de um diafragma de borracha no tanque de combustível.

O diâmetro original dos tubos era de 0,25 mm, mas a obstrução os reduziu para 0,035 mm, metade da espessura de um fio de cabelo humano. A missão estava em risco novamente. Não há nada no espaço interestelar que possa frear a sonda, mas é necessário que ela mantenha suas antenas orientadas para a Terra para receber comandos e enviar dados científicos.

Os controladores da missão corriam o risco de perder as comunicações com a Voyager 1 se não fizessem algo para corrigir sua orientação. Assim como já havia acontecido em 2002 e 2018, era hora de mudar para outro conjunto de propulsores.

Um problema de energia

Só que os propulsores alternativos estavam frios devido à falta de energia para aquecê-los, o que poderia tê-los danificado se fossem acionados sem os devidos cuidados. A Voyager 1 funciona com uma fonte de plutônio que está com pouca energia, o que levou ao desligamento de sistemas não essenciais, incluindo os aquecedores desses motores.

Para ligá-los, a equipe da missão decidiu desligar temporariamente um dos aquecedores principais por uma hora e redirecionar a energia para aquecer os propulsores inativos antes de acioná-los.

A solução exigiu semanas de análise e testes antes de enviar os comandos para a sonda. A Voyager 1 está tão longe que as atualizações de software levam um dia para chegar e outro dia para serem confirmadas.

Duas naves antigas

Ao acender com sucesso os motores inativos, a NASA conseguiu prolongar a vida útil da Voyager 1 para que a sonda continue fornecendo informações sobre o espaço interestelar, uma região onde o Sol tem pouca influência e que começamos a conhecer graças a ela.

A Voyager 1 e sua gêmea Voyager 2 estão envelhecidas e apresentando sinais de desgaste, mas, ao gerenciar cuidadosamente sua energia e monitorar o desempenho de seus propulsores, a NASA está conseguindo estender sua vida útil para muito além do esperado.

Texto traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | NASA

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