O que começou como um simples exercício da Olimpíada Brasileira de Matemática virou uma história digna de documentário. Rafael Kessler Ferreira, um estudante de apenas 11 anos, morador do Distrito Federal, criou uma nova fórmula matemática — e, com ela, deixou professores universitários e pesquisadores de queixo caído.
Batizada de “fórmula Kessler” e registrada em cartório neste ano, a equação (𝑥2+𝑥)+(𝑦2+𝑦)(x2+x)+(y2+y) - (y-x)² surgiu enquanto o garoto resolvia um problema de contagem com palitos. O que parecia apenas mais uma questão de prova se transformou em um insight raro: uma forma de calcular, de maneira genérica, quantos elementos seriam necessários para preencher uma área quadrada ou retangular. Em outras palavras, uma ideia simples, mas com aplicações práticas — de pisos a azulejos.
O feito logo atraiu atenção. A mãe, Robertha Munique, professora de línguas, pediu ajuda a um amigo matemático, Augusto Hung, que testou a equação usando indução infinita e confirmou: Rafael havia criado algo original e correto. Comparações com Carl Friedrich Gauss, o prodígio alemão que revolucionou a matemática aos oito anos, vieram naturalmente. Hung foi direto: “Para a idade dele, é algo bem diferente”, como falou ao UOL.
Dois professores da Universidade de Brasília, Igor dos Santos de Lima e Rui Seimetz, submeteram Rafael a uma sabatina de duas horas — e o garoto passou com louvor. Lima classificou o raciocínio como um sinal claro de genialidade: “Pensar de uma maneira diferente e encontrar uma nova forma de contar nessa idade é magnífico”.
Diagnosticado com superdotação e autismo, Rafael mostra desde cedo uma curiosidade fora do comum. Aos quatro anos, já escrevia números até dez mil. Hoje, prefere fazer contas logarítmicas à noite, enquanto lê a Bíblia — em espanhol.
Pesquisadores lembram, no entanto, que o talento precoce também vem acompanhado de desafios. A escola tradicional nem sempre sabe lidar com mentes aceleradas como a de Rafael. Professores da UnB agora trabalham para criar oficinas especiais voltadas a alunos com altas habilidades.
Enquanto isso, a comunidade científica aguarda ansiosa. A mãe de Rafael promete submeter a fórmula Kessler a revistas internacionais. Se confirmada, o nome do menino pode entrar, oficialmente, para a história da matemática — e, quem sabe, inspirar a próxima geração de gênios brasileiros.
Crédito de imagem: Reprodução/UOL
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