Frequentemente, temos coletado depoimentos de chefes que classificam a Geração Z como preguiçosa e até financeiramente irresponsável, mas Suzy Welch, professora da Universidade de Nova York e membro da geração baby boomer, se mostrou compreensiva com a atitude dos jovens de não ter “nenhuma razão para acreditar que algum dia terão segurança econômica”.
Além disso, essa geração é preocupada com problemas sociais e globais, de modo que, segundo a especialista, eles podem sentir que não faz sentido progredir profissionalmente em meio a uma crise ambiental iminente.
Segundo a professora, cuja especialização são práticas de gestão na Universidade de Nova York, “a Geração Z não tem motivos para acreditar que algum dia terá segurança econômica”. Ela, como boomer, compara os contextos e lembra que, quando estava na universidade, pensava: “Com certeza terei mais dinheiro que meus pais” e que “se eu trabalhar muito, algum dia comprarei uma casa”, mas agora isso já não está garantido.
A lacuna entre os boomers e a Geração Z
O que a especialista percebe é que, atualmente, frequentar uma universidade de prestígio, conseguir um emprego bem remunerado e ascender na empresa até alcançar o sucesso na alta direção já não é uma realidade.
De fato, muitas empresas estão demitindo diversos gerentes, o que, por sua vez, reduz as chances de ascensão dos trabalhadores de linha de frente, que ainda estão assumindo mais responsabilidades devido a essas decisões.
Além disso, como está acontecendo de forma acentuada nos EUA, os preços da moradia superaram os ganhos salariais e, explica a professora, não se pode esquecer que a IA continua transformando as trajetórias profissionais bem remuneradas.
Além disso, existe uma preocupação geral com o estado da economia e do meio ambiente, e o que a professora universitária observa entre os jovens é que a Geração Z se mostra cética sobre se sequer conseguirá ver os frutos de seu esforço.
Segundo ela, muitos jovens acreditam que, devido ao aquecimento global, algo acontecerá nas próximas décadas. Afirma que há ideias como: “o mundo provavelmente acabará por causa da estupidez das decisões tomadas pelas gerações anteriores”, de acordo com seu relato.
Em vez de os executivos atacarem a Geração Z por sua aparente falta de ambição ou indiferença no trabalho, Welch incentivou outros a considerar a origem de sua apatia: “Acredito que ela se manifesta de uma forma que não entendemos, o tipo de vulnerabilidade e tristeza que, de certo modo, eles sentem”.
A maior parte da Geração Z (nascida entre 1997 e 2012) são agora adultos que começam a fazer parte da força de trabalho. Juntamente com os millennials, a Forrester estima que a Geração Z constituirá 74% da força de trabalho até 2030. Muitos especialistas alertam que conhecer bem os jovens é essencial para poder conviver no ambiente de trabalho, atrair seu talento e conseguir retê-lo.
Imagem | Nicolas Lobos (Unsplash)
Tradução via: Genbeta.
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