Ele foi um alto executivo do Google e agora denuncia a narrativa oficial sobre a IA: "Estão nos mentindo sobre o emprego do futuro"

Um dos principais temores em torno do crescimento da inteligência artificial está relacionado ao impacto dessa tecnologia na estabilidade do emprego em muitos setores. Infelizmente, áreas como tradução, atendimento ao cliente e administração já foram afetadas, pois a IA está começando a substituir as funções de milhares de pessoas. Assim, enquanto alguns especialistas afirmam que não há motivo para temer, outros, como Mo Gawdat (ex-diretor de negócios do Google), dizem justamente o contrário: "A ideia de que a IA criará novos empregos para humanos é uma bobagem".

Como aponta a Fortune, Gawdat se tornou uma das vozes mais críticas do setor, afirmando que apenas os melhores em suas áreas manterão seus empregos. Contudo, ele acredita que isso acontecerá por tempo limitado, citando empresas como Duolingo, Workday e Klarna como exemplos do que está por vir: apesar das declarações dessas companhias, elas demitiram funcionários ou interromperam contratações para se adaptar a um ambiente de trabalho dominado por ferramentas apoiadas em inteligência artificial.

Acusa os diretores e a febre pelo dinheiro

Segundo a visão de Gawdat, diretores e executivos estão ocupados demais celebrando os aumentos de eficiência, uma situação que os impede de perceber que seus próprios cargos também serão substituídos pela IA. De fato, o ex-diretor de negócios do Google vai além e acredita que a inteligência artificial geral (AGI) será melhor do que os humanos e, por consequência, poderá exercer papéis de liderança com mais precisão do que alguns CEOs. Assim, ele afirma que não culpa a inteligência artificial pela destruição de empregos, mas sim o capitalismo e a ganância empresarial.

Em Xataka Brasil

Após demitir 700 funcionários para substituí-los por IA, CEO da Klarna usa inteligência artificial para se substituir

Para Gawdat, esses dois conceitos fazem com que as empresas queiram reduzir custos a qualquer preço. Como consequência direta, ele acredita que o verdadeiro problema está no sistema de valores humanos e, portanto, não está tão ligado à evolução da tecnologia em si. Para alguns líderes do setor, a IA pode até superar as pessoas mais poderosas, razão pela qual Gawdat acredita que os líderes mundiais e executivos imorais deveriam ser substituídos por inteligência artificial, pois considera que essa é a única forma de garantir que a humanidade prospere.

De modo geral, sua posição é clara: “Se os líderes não adotarem a IA, perderão sua vantagem e serão superados”. No entanto, ele acredita que o ideal é alcançar uma legislação comum que regule o uso da IA, pois alerta que o uso dessa tecnologia por líderes mal-intencionados poderia amplificar os danos que podem causar.

Em Xataka Brasil

O maior medo era que a IA roubasse nossos empregos. Na realidade, ela substitui os de pessoas que estão aprendendo a trabalhar

Assim, ele não é a primeira figura do setor tecnológico a defender essa ideia, já que Sam Altman (OpenAI) e Sundar Pichai (Google) concordam na necessidade de uma regulação global da inteligência artificial. Por isso, sua posição confirma um fato: os organismos responsáveis devem agir, e devem fazer isso antes que seja tarde demais.

Imagem: 3DJuegos

Este texto foi traduzido/adaptado do site 3DJuegos.