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O CEO de 22 anos de uma empresa exige que seus funcionários trabalhem 80 horas por semana: “Não oferecemos equilíbrio entre vida pessoal e profissional”

No final de 2024, uma publicação no Twitter do CEO da startup de IA Greptile chamou muita atenção

Publicação polêmica de CEO da startup de IA Greptile gera repercussão nas redes no fim de 2024. Imagem: SEO Galaxy Unsplash
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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Poucos mercados estão tão disputados atualmente quanto o de inteligência artificial. Em novembro de 2024, Daksh Gupta, fundador da startup de IA Greptile, publicou um post direto e polêmico na rede X (antigo Twitter), falando abertamente sobre as condições de trabalho em sua empresa. A repercussão foi imediata.

No texto, Gupta afirma que informa todos os candidatos já na primeira entrevista que a Greptile não oferece work-life balance. Segundo ele, os dias de trabalho costumam começar às 9h da manhã e terminar às 23h, ou ainda mais tarde. Além disso, é comum trabalhar aos sábados e, em alguns casos, também aos domingos. O executivo também deixa claro que o ambiente é altamente estressante e que não há espaço para entregas ruins.

Gupta reconhece que inicialmente se sentia desconfortável em assumir publicamente essa postura, mas optou por seguir com transparência. Para ele, os candidatos merecem saber desde o início como é a cultura da empresa, sem serem surpreendidos no primeiro dia de trabalho.

Apesar das críticas geradas pela publicação, a Greptile não parece ter sido afetada negativamente. Recentemente, o CEO compartilhou que a empresa alcançou um novo marco de faturamento, reforçando que, mesmo sob forte pressão, o modelo da startup segue gerando resultados.

Justificativa

Após a forte repercussão do seu post nas redes sociais, especialmente em fóruns como o Reddit, Daksh Gupta voltou ao X para esclarecer suas declarações sobre a cultura de trabalho da Greptile. A resposta veio em um novo post que buscou contextualizar a rotina extrema citada anteriormente.

Gupta afirmou que esse ritmo de trabalho não é pensado para durar para sempre, mas é necessário nos primeiros anos de uma startup. Segundo ele, os primeiros 12 a 24 meses de uma empresa em fase inicial são como alcançar a velocidade de escape. Para o CEO, essa intensidade é o que permite que a startup ganhe tração em um mercado tão competitivo como o da inteligência artificial.

Ele também pontuou que seu primeiro post não deve ser interpretado como uma recomendação generalizada. A intenção, segundo Gupta, foi apenas descrever com transparência a realidade interna da Greptile.

Especialistas destacam que jornadas como as descritas pelo CEO seriam inviáveis em muitos países, incluindo a Alemanha, onde a legislação trabalhista impõe limites rígidos à carga horária.

O debate reacende a discussão global sobre os limites do workaholismo no setor de tecnologia e os modelos de gestão em startups de IA.

O que é a Greptile?

A Greptile é uma startup voltada para empresas de software que trabalham com código de programação. A proposta da empresa é oferecer ferramentas baseadas em inteligência artificial que ajudam a analisar e otimizar código, atuando como um “segundo par de olhos” para desenvolvedores e times técnicos.

Segundo o post recente do CEO Daksh Gupta sobre um novo marco de faturamento, a empresa parece estar em fase de crescimento, embora os dados não possam ser verificados de forma independente. De acordo com informações divulgadas pela própria Greptile, mais de mil equipes de desenvolvimento já utilizam suas soluções.

Atualmente, a startup tem oito funcionários contratados

Há vagas abertas em diferentes áreas, incluindo vendas: setor que, até o momento, tem sido conduzido exclusivamente por Gupta. Nas descrições das vagas, a empresa informa que vem crescendo cerca de 30% ao mês em receita.

Apesar da polêmica recente sobre a ausência de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, esse ponto não aparece nas ofertas de emprego publicadas. No entanto, como afirmou o próprio CEO, essa cultura ainda pode ser abordada diretamente nas entrevistas de seleção.

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