Segundo análise, Starlink, de Elon Musk, tem as maiores velocidades de conexão por satélite na América Latina

Líder absoluta em testes de velocidade na região, Starlink acelera expansão, mas chegada da Amazon promete transformar o mercado

Crédito de imagem: Jonathan Raa/NurPhoto via Getty Images
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
joao-paes

João Paes

Redator
joao-paes

João Paes

Redator

Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

127 publicaciones de João Paes

Se tem um setor que decidiu colocar o pé no acelerador na América Latina, é o de internet via satélite. E, nesse cenário, a Starlink reina absoluta — pelo menos por enquanto. A empresa de Elon Musk não só domina 98,2% de todos os Speedtests feitos com conexões satelitais na região no terceiro trimestre de 2025, como também ostenta velocidades que deixam a concorrência comendo poeira. Mas, como toda hegemonia em tecnologia, o trono vem ficando cada vez mais disputado.

De acordo com dados de mercado analisados pela ookla, o crescimento da Starlink na América Latina é explosivo. A empresa já lançou mais de 10 mil satélites desde 2019, controla até 90% das naves de comunicação do planeta (excluindo constelações chinesas) e já soma 8 milhões de usuários no mundo — um salto de 14% em apenas 69 dias entre agosto e novembro de 2025. Brasil e México juntos respondem por mais de 425 mil usuários, cerca de 10% da base global registrada no fim do ano passado.

O impacto disso aparece no desempenho. No terceiro trimestre de 2025, a Starlink entregou média de 82,54 Mbps na região — bem acima dos 32,73 Mbps da Viasat e dos 15,93 Mbps da HughesNet. Em países como a República Dominicana, a performance já rivaliza com a dos provedores fixos tradicionais. Em outros, como o Chile, ainda há uma distância enorme: por lá, serviços de fibra chegam a 354,53 Mbps, enquanto a Starlink bate 106,38 Mbps.

Essa disparidade tem motivo. A Starlink opera com satélites em órbita baixa (LEO), mais numerosos e mais próximos da superfície. Já Viasat e HughesNet seguem com satélites grandes em órbita geoestacionária (GEO), muito mais altos — o que implica mais latência e menos velocidade. É uma arquitetura que está ficando ultrapassada diante da escalada agressiva da SpaceX.

A Amazon vem aí 

Mesmo assim, ninguém está jogando a toalha. HughesNet e Viasat trabalham em novos satélites para turbinar suas ofertas, enquanto um novo gigante se prepara para entrar no jogo: a Amazon. A constelação Amazon Leo deve estrear comercialmente ainda este ano, e parcerias já foram anunciadas em países como Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Equador e Colômbia via DirecTV e Sky.

Enquanto isso, a expansão da Starlink continua bem tranquila. Desde 2023, o serviço chegou a 11 novos mercados latino-americanos — de Peru e Colômbia a Costa Rica, Honduras, Paraguai e, mais recentemente, a Guiana. Nos países da América Central, inclusive, a empresa já registra quedas de latência graças à instalação de novas estações terrestres que encurtam o caminho dos dados até a “espinha dorsal” da internet global.

Crédito de imagem: Thomas Fuller/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Mesmo com o avanço, a presença da tecnologia ainda é pequena no todo. Em 2024, serviços satelitais representaram só 1% da receita de banda larga na região — um mercado avaliado em US$ 56 bilhões. Mas para populações rurais, onde o cabo não chega ou chega mal, essa revolução orbital pode finalmente significar conexão digna. Em países como Guatemala, onde milhares de escolas seguem sem acesso adequado, os satélites continuam sendo a única solução viável.

E a corrida está longe do fim. Com a chegada da Amazon, o reforço da concorrência clássica e a promessa dos novos satélites V3 da Starlink — que devem ser turbinados pelos lançamentos do foguete Starship —, a disputa pela internet do alto deve ficar ainda mais intensa.



Créditos de imagens: Jonathan Raa/NurPhoto via Getty Images e Thomas Fuller/SOPA Images/LightRocket via Getty Images


Inicio