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No seu plano de não depender absolutamente de ninguém, a Huawei tem um novo objetivo: criar seus próprios sensores de câmera

Eles devem estrear no Huawei Mate 80 e seguir na contramão da indústria

Huawei Mate 80. Imagem: Xataka
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

A Huawei está há anos obcecada em alcançar a plena independência tecnológica. Conseguiu isso com seus chips, está próxima de alcançar com seu software e já enfrenta gigantes como a NVIDIA para deixar de depender não apenas dos Estados Unidos, mas também de Taiwan.

As últimas informações que chegam da China apontam para um novo plano traçado pela Huawei. Segundo esses rumores, os sensores de câmera, historicamente fornecidos por gigantes como Sony e Samsung, também passarão a ser produzidos internamente pela empresa.

O primeiro sensor próprio

De acordo com o Digital Chat Station, uma das fontes mais confiáveis da China no Weibo, a Huawei está trabalhando em dois novos sensores: um de uma polegada e outro com tamanho de 1/3", ambos com resolução de 50 megapixels.

Ambos sensores utilizam a tecnologia RYYB, o que os torna diferentes de todas as opções atualmente disponíveis no mercado.

Ah, o saudoso Huawei P30 Pro

Mas a Huawei já usava RYYB, certo? Sim, mas não com sensores próprios. Até agora, a Huawei modificava sensores fornecidos por outros fabricantes para alterar a tradicional estrutura RGGB. Mas o que isso significa?

O padrão RGB é um modelo de cores que representa as tonalidades através da combinação de três componentes básicos: Vermelho (Red), Verde (Green) e Azul (Blue). Para entender melhor:

  • O filtro Vermelho (R) permite a passagem da luz vermelha e bloqueia as luzes verde e azul.
  • O filtro Verde (G) permite a passagem da luz verde.
  • O filtro Azul (B) permite a passagem da luz azul.

Por que RYYB? Se a indústria usa o padrão RGGB há anos, por que apostar no RYYB (Red, Yellow, Yellow, Blue)?

Substituir os pixels verdes por amarelos faz com que, segundo a Huawei, os sensores consigam capturar muito mais luz. O amarelo é a combinação de vermelho e verde, então, na prática, ele cumpre a função do verde, mas com um pixel que permite a entrada de muito mais luminosidade.

  • O filtro Vermelho (R) permite a passagem da luz vermelha e bloqueia as luzes verde e azul.
  • O filtro Amarelo (Y) permite a passagem das luzes verde e vermelha.
  • O filtro Azul (B) permite a passagem da luz azul.

O principal desafio desse tipo de sensor é que ele exige mais processamento, já que o verde não é puro e precisa ser reconstruído via software. No entanto, isso não parece ter sido uma grande preocupação para a Huawei nos últimos anos, já que os resultados têm sido impressionantes.

Prontos para o Mate 80

Os rumores não falam de longo prazo. Esses sensores já estariam prontos para a chegada do Huawei Mate 80, aparelho que deve ser lançado ainda este ano. Posicionado acima da linha Pura, esse modelo promete ser uma verdadeira demonstração de força tecnológica, com processador, sensores de câmera e fabricação 100% nacionais.

Mais um marco para a coleção

Com o chip do Huawei Mate 70, a gigante chinesa alcançou um novo marco: seu primeiro chip fabricado 100% no país. Se conseguir produzir seus próprios sensores de câmera, terá mais um troféu para adicionar a uma longa lista.

GPUs para IA, um dos melhores carregadores para carros elétricos, o primeiro dobrável triplo do mundo e independência total em software. A Huawei está construindo sua própria realidade paralela, mesmo em um contexto de sanções e desafios, enquanto alcança recordes de receita e vislumbra um futuro promissor.

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