Microsoft alivia a pressão sobre os usuários do Windows 10: apps do Office terão suporte até 2028

Suporte limitado, claro. Mas a Microsoft sabe que nem todos os usuários (nem mesmo os corporativos) vão seguir o seu cronograma.

Microsoft Suporte Windows 10. Imagem: IA
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Em outubro de 2025, a Microsoft vai encerrar o suporte oficial ao Windows 10 (versões Home e Pro, mas não para IoT LTSC), algo que a empresa já confirmou várias vezes. No entanto, uma decisão recente trouxe um alívio inesperado para milhões de usuários que ainda dependem desse sistema: os aplicativos do Microsoft 365 continuarão recebendo atualizações de segurança para o Windows 10 até outubro de 2028.

Essa notícia é especialmente relevante porque, até pouco tempo atrás, a Microsoft havia anunciado que tanto o Windows 10 quanto seus aplicativos de produtividade (como Word, Excel, Outlook, etc.) deixariam de receber suporte ao mesmo tempo. Ao que tudo indica, a resistência dos usuários, especialmente em ambientes corporativos, pode ter influenciado essa mudança de estratégia.

O que significa esse suporte estendido?

A Microsoft confirmou que os aplicativos do Microsoft 365 no Windows 10 continuarão recebendo apenas atualizações de segurança até 10 de outubro de 2028. Ou seja, mesmo que os apps fiquem protegidos contra novas vulnerabilidades, não vão receber novos recursos ou melhorias de desempenho. As inovações serão exclusivas para os usuários do Windows 11.

Além disso, o suporte técnico será limitado

Se um problema em um aplicativo do Microsoft 365 ocorrer apenas no Windows 10 e não se repetir no Windows 11, a Microsoft não vai se comprometer a corrigi-lo, oferecendo apenas assistência básica ou sugerindo soluções alternativas. Em resumo, embora as correções de segurança estejam garantidas, a experiência do usuário pode se deteriorar ao longo do tempo com problemas específicos.

E o que o próprio suporte diz sobre isso?

É importante deixar claro que essa extensão do suporte para os apps não significa uma prorrogação do suporte geral do Windows 10. A partir de 14 de outubro de 2025, o sistema deixará de receber atualizações, a menos que o usuário ou a empresa contratem o plano de Atualizações de Segurança Estendidas (ESU).

Ou seja, a manutenção da segurança do sistema operacional vai depender de um custo adicional. Na verdade, esse suporte estendido para o Microsoft 365 parece ter sido pensado justamente para incentivar clientes corporativos a optarem pelo ESU, permitindo que continuem usando seus equipamentos com Windows 10 em um ambiente relativamente seguro, sem precisar migrar imediatamente para o Windows 11.

Por que tanta resistência ao Windows 11?

Apesar de ter sido lançado há quatro anos, o Windows 11 ainda não conseguiu superar totalmente seu antecessor. Hoje, o Windows 10 mantém mais de 50% de participação no mercado, enquanto o Windows 11 fica em torno de 44%. Essa resistência se deve a alguns fatores:

  • Requisitos de hardware mais rigorosos, que deixam de fora muitos dispositivos relativamente recentes, incluindo várias gerações de aparelhos Surface.
  • Custo econômico, especialmente em ambientes corporativos, onde a atualização envolve substituir centenas ou até milhares de máquinas.
  • Estabilidade e familiaridade do Windows 10, que é um sistema mais maduro e sem as mudanças bruscas de interface ou funcionalidades do Windows 11.

Uma jogada pragmática da Microsoft

Essa aparente "flexibilização" nas políticas de suporte parece mais uma jogada pragmática do que um gesto de generosidade. Ao permitir que o Microsoft 365 continue funcionando no Windows 10, a Microsoft ganha tempo. Para usuários domésticos, isso significa uma prorrogação bem-vinda. Para empresas, é uma chance de planejar a transição com mais calma, reduzindo interrupções operacionais.

Ainda assim, é importante lembrar que essa extensão tem limitações claras e que, mais cedo ou mais tarde, a migração será inevitável. Mas, por enquanto, a Microsoft parece ter entendido que nem todos estão prontos para esse salto — e que forçar a mudança pode acabar sendo mais problemático do que vantajoso.

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