O processo de comprar um carro é uma verdadeira experiência. Por um lado, há a emoção de estrear um veículo novo. Por outro, escolher o modelo certo pode ser desafiador e estressante. Existem muitas opções, mas algo que geralmente ajuda é ver o que a maioria das pessoas escolhe e, principalmente, quais são as marcas que menos precisam de visitas à oficina. Um mega estudo realizado nos Estados Unidos revela quais são os carros mais confiáveis, trazendo algumas surpresas nessa lista.
Antes de continuar, aqui está o gráfico elaborado pela Visual Capitalist:
Antes de mais nada
É importante entender de onde vêm esses dados. A fonte é a Consumer Reports, uma revista norte-americana em operação desde 1939, apoiada pela União de Consumidores.
Ela não possui fins lucrativos e suas avaliações afirmam ser imparciais, focadas em garantir que o consumidor saiba exatamente o que está comprando. Seus dados são provenientes de análises próprias e de relatórios de segurança, além de pesquisas e feedbacks dos usuários.
A revista conta com mais de seis milhões de membros e é uma grande referência nos Estados Unidos.
Para a elaboração deste estudo, foram consideradas as pesquisas e análises de mais de 330.000 veículos fabricados entre 2000 e 2023, incluindo alguns modelos de 2024 que foram introduzidos no ano passado. E sim, apesar de os dados serem dos Estados Unidos, a maioria das marcas analisadas também está presente em outros mercados.
Domínio asiático no topo. Dito isso, dos 10 carros mais confiáveis, sete são asiáticos, dois alemães e um britânico. O que chama a atenção é que seis deles são japoneses, ocupando as primeiras posições:
marca |
Pontuação de Confiabilidade (quanto maior melhor) |
País |
---|---|---|
Lexus |
79 |
Japão |
Toyota |
76 |
Japão |
mini |
71 |
Reino Unido |
Acura |
70 |
Japão |
honda |
70 |
Japão |
subaru |
69 |
Japão |
Mazda |
67 |
Japão |
Porsche |
66 |
Alemanha |
BMW |
64 |
Alemanha |
Kia |
61 |
Coréia do Sul |
Apenas Mini, Porsche e BMW conseguiram entrar na lista, mas não há sinal de outras marcas, como Mercedes, Volvo, Volkswagen ou veículos norte-americanos. Curiosamente, a Nissan está perdida no meio da tabela.
Estadunidenses no final da lista
Onde os carros estadunidenses dominam é na parte inferior da tabela em seu próprio mercado. Curioso é que a Chrysler é considerada a menos confiável pelos consumidores, em uma zona onde também estão a General Motors, Ford e Rivian. Além disso, marcas renomadas como Mercedes-Benz, Volkswagen e Volvo também figuram na parte inferior da tabela.
marca |
Pontuação de confiabilidade (as 10 menos confiáveis) |
País |
---|---|---|
dodge |
42 |
Estados Unidos |
Ford |
40 |
Estados Unidos |
Lincoln |
38 |
Estados Unidos |
GMC |
36 |
Estados Unidos |
volvo |
28 |
Suécia |
Jeep |
26 |
Estados Unidos |
Volkswagen |
26 |
Alemanha |
Rivian |
24 |
Estados Unidos |
Mercedes-Benz |
23 |
Alemanha |
Chrysler |
18 |
Estados Unidos |
Outras marcas, como Tesla, Audi, Ford, Cadillac e a já mencionada Nissan, estão em uma zona intermediária, sem grande destaque, nem entre as mais confiáveis, nem entre as menos confiáveis.
Pontos para analisarmos
Então, o que exatamente a Consumer Reports considera em seus relatórios e análises? Para realizar esse estudo, eles analisam entre 200 e 300 amostras de cada modelo por ano e levam em consideração os problemas que os usuários experimentaram com seus veículos ao longo de 12 meses, em 20 áreas específicas. Aqui estão os principais aspectos avaliados:
- Motricidade: motor, transmissão, sistema de propulsão, sistema de combustível, bateria e carregamento de veículos elétricos, além de uma combinação de ambos para híbridos.
- Qualidade de construção: inclui acessórios, hardware da carroceria, pintura, molduras, vazamentos e ruídos.
- Motor: dados sobre substituições de motor, juntas, cabeçote, supercharger, corrente ou correia dentada, e cabeçotes.
- Problemas menores no motor: correias e polias auxiliares, unidade de controle do motor, suportes, ruídos do motor ou vazamentos de óleo.
- Dispersão de calor: radiador, ventilador, bomba de água, vazamentos de anticongelante ou superaquecimento.
- Motor elétrico: reconstrução ou substituição por problemas ou mau funcionamento.
- Bateria de veículos elétricos (EV): substituição de baterias híbridas ou elétricas, mau funcionamento ou problemas de dispersão de calor.
- Carregamento em EV: problemas como carregamento lento, falha de conexão, não carregamento em casa ou em carregadores públicos, falha no carregamento completo, ou falhas no carregamento rápido com o conector adequado. Problemas relacionados ao carregador público não são considerados, apenas falhas no veículo.
- Transmissão: reconstrução ou substituição da transmissão, ou substituição precoce da embreagem.
- Problemas menores na transmissão: falhas no seletor de marchas, controle da transmissão, sensores ou solenóides, mudanças bruscas, vazamentos ou deslizamento da transmissão.
- Sistema de tração: problemas no eixo de transmissão, diferencial, caixa de transferência, componentes de tração nas quatro rodas, vibração do eixo de transmissão, controle eletrônico de estabilidade ou controle de tração.
- Sistema de combustível: sensores, dispositivos de controle de emissões, sistema de injeção de combustível, indicador/sensor de combustível, bomba de combustível e problemas ao abastecer o tanque.
- Sistema elétrico: alternador, motor de arranque, bateria comum, chicote do motor, bobina, interruptor de ignição, falhas em velas e cabos, ou no sistema de partida/stop automático.
- Climatização: compressor de ar-condicionado, motor do ventilador, condensador, sistema de aquecimento, sistema de climatização automático, falhas elétricas ou vazamento de fluido refrigerante.
- Suspensão: amortecedores, pivôs, barras de direção, rolamentos das rodas, alinhamento, sistema de direção (cremalheira e pinhão), direção assistida (bombas e mangueiras), balanceamento das rodas, molas, ou suspensão eletrônica/pneumática.
- Freios: sistema ABS, freio de estacionamento, cilindro mestre, rotores, pulsação ou vibração, ruídos, falhas de freios, desgaste prematuro e sistema de frenagem regenerativa.
- Sistema de escape: silenciador, tubulações, conversor catalítico, coletor de escape, protetores térmicos e vazamentos.
- Pintura e molduras: pintura (desbotada ou rachada), molduras internas ou externas soltas e ferrugem.
- Ruídos e vazamentos: ruídos de rangido, chocalhos, barulhos de vento, vedantes e/ou borrachas, vazamentos de ar e água.
- Carroceria: janelas, fechaduras, portas (inclusive corrediças), porta-malas, espelhos, controles de assentos (manuais ou elétricos), bancos aquecidos ou refrigerados, volante aquecido, cintos de segurança, teto solar, capota conversível ou defeitos em vidros.
O que não é considerado: problemas com sistemas de segurança ativa durante a condução, como airbags. Embora possam ocorrer, os índices de problemas nessa área são baixos e não geram uma amostra significativa.
Especificando por tipo de motor
Essas são as áreas de análise e relatório mais gerais, mas a Consumer Reports também faz distinções entre veículos híbridos, plug-in, elétricos ou de combustão interna para ponderar os resultados e atribuir a avaliação geral.
Muitas marcas que não possuem presença significativa nos Estados Unidos (como Renault, Seat, Fiat, Peugeot, entre outras) estão ausentes da lista, mas, no final, essa avaliação pode ser útil para quem busca informações sobre quais carros visitam mais frequentemente as oficinas.
No fim das contas, os relatórios da Consumer Reports têm sido uma constante por muitos anos e tendem a repetir algumas percepções, como a liderança das marcas japonesas nas primeiras posições e marcas como Volvo e Mercedes ocupando as últimas colocações.
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