Em Vadodara, cidade de pouco mais de dois milhões de habitantes no estado de Gujarat, na Índia, existe uma residência que parece saída de um conto de fantasia — ou de um exagero imobiliário. O Lakshmi Vilas Palace é oficialmente a maior casa do mundo, uma construção que soma 2,8 milhões de metros quadrados e ainda hoje é habitada pela família real de Baroda.
Uma casa gigantesca
Erguido em 1890 sob o comando do marajá Sayajirao Gaekwad III, o palácio nasceu como símbolo de poder, mas também como um experimento arquitetônico que misturava mundos. Inspirado no estilo indo-sarraceno, ele combina influências góticas, mouriscas e indianas num mesmo corpo monumental de pedra e mármore. À época, custou cerca de 18 mil libras esterlinas, uma fortuna que hoje se traduz em R$ 13 bilhões — valor estimado da propriedade.
Exposição em uma das salas do palácio.
O Lakshmi Vilas Palace impressiona tanto pela escala quanto pelos detalhes. São mais de 170 cômodos, vitrais importados da Bélgica, trabalhos em madeira esculpidos por artesãos locais e pisos de mármore que refletem o sol indiano. Parte do andar térreo funciona como museu e espaço de visitação, enquanto os andares superiores continuam privados, preservando a fronteira entre o público e o que ainda pertence à realeza.
Entre as peças que compõem o acervo estão armas, pinturas e mosaicos históricos, incluindo obras do lendário artista Raja Ravi Varma, um dos pintores mais celebrados da Índia. É como se cada sala contasse uma parte diferente da história do país, indo além dos livros e dos mitos.
Muito maior que o bairro carioca famoso pelos seus arcos
Hoje, o palácio é habitado por apenas quatro pessoas: Samarjitsinh Gaekwad, atual marajá de Baroda desde 2012, sua esposa Radhikaraje Gaekwad e as filhas Padmaja Raje e Narayani Raje. Ou seja, são 700 mil metros quadrados por morador, isso é mais espaço para cada um deles do que alguns bairros de grandes cidades — a famosa Lapa do Rio de Janeiro, por exemplo, tem apenas 300 mil metros quadrados.
O primeiro ministro indiano Narendra Modi levou o presidente espanhol Pedro Sanchez para conhecer o palácio em outubro de 2024.
Mesmo com sua escala quase absurda, o Lakshmi Vilas Palace não é um monumento intocável. Parte de suas alas foi transformada em espaço para eventos e cerimônias privadas, sob o nome Laxmi Vilas Banquets. Assim, o que começou como símbolo de luxo e poder se torna também um ponto de encontro cultural e histórico, mantendo viva a herança de uma das famílias reais mais antigas da Índia.
Crédito de imagens: Shailesh Raval/The The India Today Group e Indian Press Information Bureau / Handout/Anadolu via Getty Images
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