Quase quatro anos depois do início da invasão em larga escala, a guerra na Ucrânia continua marcada por noites de sirenes, drones e mísseis riscando o céu, além de uma corrida constante para reforçar defesas esgotadas. Agora, Kiev recebe um novo fôlego: mais sistemas Patriot enviados pelos Estados Unidos, parte do arsenal mais cobiçado por Volodymyr Zelenskyy desde os primeiros meses do conflito.
O anúncio veio carregado de urgência. Enquanto o presidente ucraniano comunicava a chegada dos equipamentos, drones lançados pela Rússia mataram um homem e feriram cinco familiares, incluindo duas crianças, na região de Sumy. Este tipo de ataque noturno virou rotina, mirando casas, infraestrutura e qualquer ponto vulnerável atrás da linha de frente. A estratégia russa, além de terror psicológico, tenta sufocar setores essenciais como energia e indústria militar, dificultando a produção de drones e mísseis ucranianos.
Nesse cenário, o Patriot é o protagonista invisível. O sistema, considerado o mais eficaz contra mísseis russos, virou objeto de disputa nos bastidores: a produção limitada e a necessidade de manter estoques nacionais atrasam entregas em território ucraniano. Ainda assim, Zelenskyy reforça que “mais Patriots estão em operação”, e agradece especialmente à Alemanha, que enviou duas unidades adicionais após negociar com Washington um reposicionamento de prioridades de produção.
A movimentação faz parte de um esforço coordenado pela OTAN. Com o governo Trump optando por não fornecer armas à Ucrânia, atitude diferente da administração Biden, cabe aos europeus e canadenses adquirir equipamentos dos EUA para manter o governo de Zelensky abastecido. A aliança também intensifica o envio de pacotes militares de maior porte, tentando acompanhar o ritmo das ofensivas russas, que em algumas noites chegam a disparar centenas de drones.
A guerra, porém, não é de mão única. A Ucrânia tem atacado refinarias russas, mirando a espinha dorsal econômica de Moscou. Só a unidade de Saratov, já atingida quatro vezes em menos de dois meses, queimou novamente após um ataque recente. Zelenskyy afirma que essas investidas já reduziram em 20% a capacidade de refino russa — um golpe calculado para pressionar a máquina de guerra do Kremlin.
Crédito de imagem: AP
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