Governo dos EUA quer que Meta venda Instagram e WhatsApp; vai começar um julgamento histórico para as grandes empresas de tecnologia

  • Comissão Federal de Comércio dos EUA acusa a Meta de ser um monopólio

  • Se Meta perder o processo, poderá ser forçada a desmembrar ou vender alguns de seus negócios

Futuro de propriedades de Zuckerberg está em jogo
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
pedro-mota

PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

O futuro do Instagram e do WhatsApp, duas das plataformas sociais mais populares do mundo, depende, em grande parte, de uma batalha judicial entre a Meta e a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC). Um julgamento terá início na capital dos EUA para determinar se a Meta deve vender as partes da empresa.

A FTC acusou a Meta de monopólio, após a aquisição dessas plataformas há mais de dez anos. Segundo a comissão, a Meta teria feito isso para eliminar a concorrência e a rivalidade de mercado que elas representavam para o Facebook, sua própria rede social. Por sua vez, a Meta nega que a aquisição do Instagram e do WhatsApp prejudique a concorrência, citando como exemplo a rivalidade de sua rede social com o TikTok.

Meta vs. FTC: O julgamento que pode decidir o destino do Instagram e do WhatsApp

Imagem: Composição de duas imagens por Brett Jordan (Unsplash) Imagem: Composição de duas imagens por Brett Jordan (Unsplash)

A Meta adquiriu o Instagram por aproximadamente US$ 1 bilhão em 2012 (R$ 5,68 bilhões na tarifa atual). Dois anos depois, a empresa de Zuckerberg comprou o WhatsApp por quase US$ 20 bilhões (R$ 113,58 bi, na tarifa atual), uma das aquisições mais importantes e caras da Meta em sua história.

De acordo com a acusação da FTC, a Meta teria adquirido essas empresas para eliminar dois possíveis concorrentes no mercado, ambos já ameaçadores para o Facebook tanto no mundo das redes sociais quanto no das mensagens instantâneas. A Meta, é claro, nega essas acusações, afirmando que suas plataformas são rivais diretas de outras grandes plataformas, como o TikTok.

A Meta apontará no julgamento que, durante o fechamento do TikTok nos Estados Unidos, que durou apenas algumas horas, o tráfego do Instagram e do Facebook aumentou consideravelmente na região.

Os representantes legais da Meta, em comunicado oficial, afirmam que este caso não tem base sólida e o consideram um "dissuasor", observando que é irônico, na sua percepção, que a Comissão Federal de Comércio (FTC) queira fragmentar a Meta enquanto, ao mesmo tempo, o governo dos EUA tenta salvar o TikTok.

Para tentar vencer este caso, a FTC alega que nossos únicos concorrentes são o Snapchat e um aplicativo chamado MeWe. As provas no julgamento esperam mostrar o que qualquer jovem de 17 anos sabe: o Instagram compete com o TikTok (e com o YouTube, o X e muitos outros aplicativos).

A FTC, por sua vez, assegura que "o Facebook detém o monopólio há anos na categoria de serviços de redes sociais pessoais". A FTC menciona que esse monopólio afetaria plataformas como Snapchat e MeWe, um serviço pouco conhecido. No entanto, a comissão não inclui plataformas como TikTok e YouTube na mesma categoria, por considerá-las centradas em vídeos.

A comissão acusou o Meta pela primeira vez em 2020, considerando que, após a aquisição do WhatsApp e do Instagram, há menos aplicativos e plataformas que podem realmente competir com o Meta no mercado. Portanto, a FTC busca restaurar um nível maior de concorrência no mercado, e para isso uma possibilidade seria que o Meta venda ou se separe do Instagram e do WhatsApp. Mark Zuckerberg dará um dos depoimentos no julgamento.

Este não é o único caso antitruste da FTC contra as Big Techs; o Google também foi acusado de monopólio pela comissão e pode ser forçado a se separar do Chrome e do Android.

Inicio