O futuro do Instagram e do WhatsApp, duas das plataformas sociais mais populares do mundo, depende, em grande parte, de uma batalha judicial entre a Meta e a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC). Um julgamento terá início na capital dos EUA para determinar se a Meta deve vender as partes da empresa.
A FTC acusou a Meta de monopólio, após a aquisição dessas plataformas há mais de dez anos. Segundo a comissão, a Meta teria feito isso para eliminar a concorrência e a rivalidade de mercado que elas representavam para o Facebook, sua própria rede social. Por sua vez, a Meta nega que a aquisição do Instagram e do WhatsApp prejudique a concorrência, citando como exemplo a rivalidade de sua rede social com o TikTok.
Meta vs. FTC: O julgamento que pode decidir o destino do Instagram e do WhatsApp

A Meta adquiriu o Instagram por aproximadamente US$ 1 bilhão em 2012 (R$ 5,68 bilhões na tarifa atual). Dois anos depois, a empresa de Zuckerberg comprou o WhatsApp por quase US$ 20 bilhões (R$ 113,58 bi, na tarifa atual), uma das aquisições mais importantes e caras da Meta em sua história.
De acordo com a acusação da FTC, a Meta teria adquirido essas empresas para eliminar dois possíveis concorrentes no mercado, ambos já ameaçadores para o Facebook tanto no mundo das redes sociais quanto no das mensagens instantâneas. A Meta, é claro, nega essas acusações, afirmando que suas plataformas são rivais diretas de outras grandes plataformas, como o TikTok.
A Meta apontará no julgamento que, durante o fechamento do TikTok nos Estados Unidos, que durou apenas algumas horas, o tráfego do Instagram e do Facebook aumentou consideravelmente na região.
Os representantes legais da Meta, em comunicado oficial, afirmam que este caso não tem base sólida e o consideram um "dissuasor", observando que é irônico, na sua percepção, que a Comissão Federal de Comércio (FTC) queira fragmentar a Meta enquanto, ao mesmo tempo, o governo dos EUA tenta salvar o TikTok.
Para tentar vencer este caso, a FTC alega que nossos únicos concorrentes são o Snapchat e um aplicativo chamado MeWe. As provas no julgamento esperam mostrar o que qualquer jovem de 17 anos sabe: o Instagram compete com o TikTok (e com o YouTube, o X e muitos outros aplicativos).
A FTC, por sua vez, assegura que "o Facebook detém o monopólio há anos na categoria de serviços de redes sociais pessoais". A FTC menciona que esse monopólio afetaria plataformas como Snapchat e MeWe, um serviço pouco conhecido. No entanto, a comissão não inclui plataformas como TikTok e YouTube na mesma categoria, por considerá-las centradas em vídeos.
A comissão acusou o Meta pela primeira vez em 2020, considerando que, após a aquisição do WhatsApp e do Instagram, há menos aplicativos e plataformas que podem realmente competir com o Meta no mercado. Portanto, a FTC busca restaurar um nível maior de concorrência no mercado, e para isso uma possibilidade seria que o Meta venda ou se separe do Instagram e do WhatsApp. Mark Zuckerberg dará um dos depoimentos no julgamento.
Este não é o único caso antitruste da FTC contra as Big Techs; o Google também foi acusado de monopólio pela comissão e pode ser forçado a se separar do Chrome e do Android.
Ver 0 Comentários