O verão chegou, uma época do ano com muito movimento. As pessoas têm férias e aproveitam para viajar ou descansar longe de casa. Essa época também costuma ser o momento em que golpistas aproveitam para ganhar um dinheiro extra com práticas ilegais.
Não é a primeira vez que compartilhamos informações sobre como turistas são enganados por meio de plataformas consolidadas no setor, como a Booking. E, apesar de esses golpes serem comuns, a Booking parece não encontrar uma solução.
O jornal La Voz de Galicia relatou há dois anos uma história semelhante que vale a pena recordar para ficar alerta em 2025: uma família de Madri, na Espanha, pagou 1.800 euros (R$ 11,3 mil) para alugar por alguns dias uma casa na cidade galega de Boiro. Embora a vítima diga que chegou a desconfiar porque nunca recebia resposta do alojamento, a própria plataforma chegou a lhe dizer que “não havia problema e que a reserva estava confirmada”. O jornal galego noticiou a história após conversar com a afetada, Raquel Torres.
O que a Booking faz diante desses golpes
A reserva realmente estava confirmada, mas a existência da casa e a veracidade do anúncio, não. Vendo que se aproximava o momento da viagem e que não recebia nenhuma resposta dos donos da sua casa de férias, Raquel Torres contou, na época, que voltou a entrar em contato com a Booking e a empresa lhe respondeu que não havia protocolos estabelecidos caso não houvesse contato com o proprietário antes da chegada e que o site só atua se algum problema for apresentado no momento de retirar as chaves.
Caso houvesse algum contratempo na hora de acessar o alojamento, a equipe da Booking disse que se encarregaria de realocar a família em um lugar “similar ou melhor”.
Quando a família chegou ao endereço do anúncio, viu que, como já suspeitava, não era a casa alugada. Por meio de um vizinho a quem perguntaram, ficaram sabendo que naquela direção morava, na verdade, uma família o ano todo e que não havia nenhuma casa para aluguel.
A comunicação com a Booking é cortada
O maior problema, de acordo com a vítima, aconteceu nesse momento. Raquel Torres conta que ligou para o atendimento da Booking e passou três horas tentando encontrar uma solução.
Segundo a informação publicada no La Voz de Galicia, “a comunicação era cortada” após explicar o problema. Então a família era forçada a ligar novamente, outro operador atendia, ela voltava a contar a história e a comunicação voltava a cair. Ela chegou a falar com oito pessoas diferentes e, por fim, ofereceram-lhe duas opções de hospedagem que, segundo seu depoimento, não atendiam às necessidades da família.
O Genbeta chegou a entrar em contato com a Booking para ouvir a sua versão, mas no site não há endereço nem formulário de contato para a imprensa na Espanha. Vale lembrar que essa plataforma de busca de hospedagens detém uma ampla fatia do mercado europeu, mas, em 2022, a Booking demitiu, por meio de um vídeo pré-gravado, 2.700 funcionários de uma só vez — quase toda a sua divisão de atendimento ao cliente na época.
A cliente decidiu procurar acomodação por conta própria e ligar novamente para a Booking. No dia seguinte, a plataforma lhe ofereceu outra hospedagem, que já não era mais um chalé, mas sim um apartamento, e que custava 600 euros a mais — valor que ela teve que adiantar com a promessa de reembolso por parte da Booking.
Vale dizer que, como outras pessoas já haviam alertado Torres, na hora de alugar ela deveria ter prestado atenção a certos sinais de alerta, como o fato de o preço ser barato demais para a casa tão luxuosa e ampla que havia alugado.
Imagem | Jared Rice em Unsplash
Este texto foi traduzido/adaptado do site Genbeta.
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