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Estudante estava tão perdido que escreveu ao cofundador do Google pedindo conselhos: hoje, ele comanda o Android

Eram três da manhã de um dia de 1999 quando um jovem, inseguro sobre o que fazer da vida, decidiu enviar um e-mail arriscado para um desconhecido: Sergey Brin

Imagem | Enrique Pérez
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PH Mota

Redator
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PH Mota

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Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

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O que alguém faz quando termina toda a sua formação? Há quem tire um ano sabático para refletir, quem continue estudando mais alguns cursos, quem tente estender o estágio e quem busque trabalho a partir do que surgir... Não saber o que fazer ao fim da formação é comum. O mercado de trabalho pode ser confuso.

Isso vale também para pessoas com carreiras promissoras, formadas em universidades prestigiadas: por um lado, há empresas constantemente em busca de talentos e, nesse cenário, corresponder às expectativas pode ser uma faca de dois gumes. Sameer Samat, atual chefe do Android, também passou por isso e, para alcançar essa posição, percorreu um longo caminho. Mas tudo começou com uma ideia maluca que funcionou: um e-mail para um completo desconhecido — o fundador do Google.

"O que você faria nessa situação?"

A trajetória profissional de Sameer Samat é brilhante: atualmente, ele comanda o sistema operacional mais usado do mundo, mas antes disso liderou o Google Shopping e, com pouco mais de 20 anos, fundou uma startup de tecnologia de machine learning com colegas da universidade.

Os começos são sempre difíceis, e houve um momento em que vários participantes do projeto consideraram abandonar os estudos para fazer uma pós-graduação. Era a época do boom das pontocom e, como relata o Business Insider, Samat se sentia desconfortável: "Não entendo como alguém pode querer estudar; estamos construindo uma empresa".

Seu projeto profissional estava desmoronando, ele estava desesperado... tanto que, às três da manhã de um dia em 1999, tomou uma decisão arriscada: escrever um e-mail para Sergey Brin, um dos cofundadores do Google, relatando sua situação:

O que você faria nessa situação? Tenho certeza de que você também enfrentou a decisão de abandonar a pós-graduação.

Eles não se conheciam, embora Samat admirasse a empresa sediada em Mountain View e tivesse lido diversos artigos acadêmicos de Brin. Em suma, o "não" já estava garantido. Mas não só ele recebeu uma resposta positiva, como esse contato marcaria o início de uma ascensão meteórica. E ele nem precisou esperar muito: apenas um minuto depois, Sergey Brin respondeu dizendo que entendia o dilema e o convidou para visitar os escritórios do Google.

No primeiro encontro, o cofundador do Google o apresentou a vários engenheiros, e o que parecia ser apenas uma conversa informal acabou se tornando uma entrevista de emprego improvisada — da qual ele saiu aprovado. Sergey Brin lhe ofereceu um emprego no Google, mas Sameer Samat recusou: estava focado em sua startup e não queria abandonar a equipe.

O cofundador do Google respeitou sua decisão, mas lhe deu um conselho: se quisesse continuar com sua empresa, teria que fazer isso com seriedade, o que implicava garantir um financiamento sólido. Curiosamente, algumas das pessoas que Brin lhe apresentou acabaram se tornando investidores da startup. Será que ele havia tomado a decisão certa?

Segundo a experiência de Samat, sim: anos depois, ele fez um MBA na Harvard Business School, onde aprendeu muito, mas manteve a convicção de que "às vezes, a ingenuidade de quem não tem essa formação prévia o torna um empreendedor melhor", conforme relata o *Business Insider*.

Samat vendeu sua empresa anos depois e ingressou no Google em 2008, embora inicialmente estivesse em dúvida. Quem o convenceu foi Marissa Mayer, ao lembrá-lo de que ali poderia encontrar seu próximo cofundador para outros projetos. Mas a história não termina aí: em 2015, ele deixou o Google e só retornou quando Sundar Pichai, recém-nomeado CEO, entrou em contato pessoalmente: "Quando ele me pediu para voltar a trabalhar com ele no Android e no Google Play, foi uma decisão muito fácil (...) É o tipo de ligação que você não recebe muitas vezes na vida."

Imagem | Enrique Pérez

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