A meditação traz vários benefícios para o corpo e a saúde mental, mas um grupo de pesquisadores revelou que uma pequena parcela de quem o faz pode sofrer efeitos colaterais negativos.
Publicado pela Universidade de Melbourne, na Austrália, na Clinical Psychological Science, foi constatado que a meditação, quando usada para fins terapêuticos ou medicinais, pode dar efeitos colaterais negativos em cerca de 1% dos pacientes, como ataques de pânico, memórias intrusivas ou angustiantes relacionadas a traumas passados (parecido com transtorno de estresse pós-traumático) e, em casos mais extremos, sensações de despersonalização ou dissociação.
A pesquisa também revelou que indivíduos que apresentaram sintomas de saúde mental ou sofrimento psicológico 30 dias antes da meditação tiveram maior probabilidade de relatar efeitos adversos. Já aqueles que participaram de retiros — que frequentemente envolvem longos períodos de meditação silenciosa — apresentaram maior probabilidade de sofrer comprometimento funcional.
No entanto, Nicholas Van Dam, psicólogo da Universidade de Melbourne, afirma que não é necessário ter medo ou receio de praticar a meditação:
"Nossa conclusão não é que as pessoas devam ficar apavoradas, ou que não devam tentar meditar. Na verdade, achamos que devemos nos esforçar mais para garantir o consentimento informado."
Além disso, ele comparou a meditação com outros métodos terapêuticos, como a terapia de exposição, e que profissionais da área devem alertar e guiar os praticantes ao longo das sessões e explicar que pode existir um certo desconforto.
Capa da matéria: Getty Images/Afriandi
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