Aston Martin e o elefante na sala: não se pode ganhar um campeonato mundial de F1 com Lance Stroll como piloto

Foi em Silverstone, durante a sessão de classificação. Fernando Alonso voltou a bater Lance Stroll, o que significou um ano inteiro seguido do espanhol vencendo o canadense. O grave é que, enquanto Alonso superou o Q1 sem precisar nem mesmo de um segundo conjunto de pneus, Stroll terminou em décimo oitavo.

Lance Stroll parece ter sua vaga garantida na Aston Martin enquanto seu pai, Lawrence Stroll, continuar sendo o proprietário da equipe e da marca. Mas a situação começa a ser insustentável e há cada vez mais pressão unânime em uma direção: se a Aston Martin quer vencer, não pode ter um piloto como Stroll.

Após nove anos na F1, Stroll parece estar em seu pior momento. Fernando Alonso tem fama de devorar companheiros de equipe fracos e Stroll poderia ser o próximo de uma lista na qual Felipe Massa, Stoffel Vandoorne, Nelsinho Piquet e Jarno Trulli também figuram. Mas o caso de Stroll tem um componente que os outros não tinham: ele é o filho do chefe, então, por pior que ele performe, não vão demiti-lo.

Stroll acumula 26 classificatórias consecutivas como o pior Aston Martin. Ele não supera Alonso em um sábado desde Silverstone 2024, mas, mesmo assim, pode se vangloriar da ilusão da classificação geral: uma pitada de sorte misturada com a má fortuna habitual de Alonso e um carro que dá acesso a poucos pontos deixou ambos os pilotos empatados na tabela. Uma mera ilusão.

Ainda assim, Stroll não engana o olho treinado e, na Aston Martin, começam a haver pressões internas. Lawrence Stroll é o dono, mas a marca verde também tem uma série de acionistas e uma nova equipe técnica recém-chegada, liderada por Adrian Newey, para quem é difícil entender por que a Aston Martin deve manter um piloto que não rende.

E o problema é que a Aston Martin tem um piloto muito especial por seu brilho, como Alonso, ao lado de outro piloto também muito especial, embora por outros motivos, como Stroll. Não parece a melhor mistura na hora de desenvolver um carro, e há quem sugira que o melhor para Stroll seria partir para Le Mans com o Valkyrie.

Nos bastidores, a Honda também pressiona. A montadora conta com pilotos como Yuki Tsunoda e até mesmo o próprio Álex Palou sob sua proteção e estaria disposta a lhes dar uma oportunidade na Fórmula 1 se a Aston Martin abrisse espaço. Neste momento, com a chegada de novos talentos e a saída de pilotos pagantes, poucos duvidam que Stroll seja o pior piloto da Fórmula 1.

Assim, a Aston Martin enfrenta um dilema: continuar sendo a equipe família para realizar o sonho do filho do chefe ou se tornar uma equipe que realmente luta para dominar a Fórmula 1. Com Stroll, as duas coisas ao mesmo tempo são impossíveis.

Imagens | Aston Martin

Este texto foi traduzido/adaptado do site Motorpasión.