A grande fraude da canela: dois terços da especiaria comercializada na Europa estariam com problemas

Fraude, falsificação e questões de segurança: o mais recente escândalo alimentar descoberto pela Europa é a canela fina

Canela / Imagem: Michael Collett (Unsplash)
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

1206 publicaciones de Victor Bianchin

Em 2022, a Comissão Europeia realizou um estudo sobre as especiarias mais populares do mercado. O retrato foi desolador: a fraude estava à ordem do dia. E pior, era algo extremamente comum. Estamos falando da pimenta, do cominho, da cúrcuma, do açafrão e do colorau.

Foi um escândalo enorme e a própria Comissão pediu aos Estados-Membros que reforçassem os controles. O que aconteceu depois não surpreende ninguém.

Em 2023, a canela foi a quinta especiaria mais importada na União Europeia. Nos últimos meses, o serviço de ciência e conhecimento da Comissão (o Joint Research Centre) analisou mais de uma centena de amostras de canela comercializadas em cerca de dez países da União Europeia.

O resultado? Mais de 66% das amostras analisadas apresentaram problemas.

Ou essas amostras violam a norma internacional de qualidade ou a legislação de segurança alimentar da União Europeia. Algumas apresentam indícios de fraude, outras contêm uma quantidade elevada de chumbo e outras ainda ultrapassam os limites legais de cumarina (uma substância que, embora natural, é potencialmente tóxica para o fígado).

E isso sem contar a fraude, claro. Até 9% das amostras rotuladas como canela do Ceilão foram total ou parcialmente substituídas por canela de Cássia, “uma alternativa mais barata e de menor qualidade, com sabor mais intenso e que contém cumarina de forma natural”.

A julgar pelos resultados do JRC, pouco pode ser feito a respeito, pelo menos com os meios disponíveis atualmente. “O tipo de irregularidades detectadas na canela, incluindo práticas fraudulentas, é diverso e não pode ser tratado com uma única técnica analítica, portanto são necessários métodos padronizados”, diz a Comissão.

Levar o problema a sério implicaria tomar medidas concretas. Principalmente porque a alta taxa de amostras irregulares de canela no mercado europeu indica que “todos os atores do setor, desde os responsáveis políticos até os laboratórios de controle e os fabricantes, devem prestar atenção”.

Imagem | Michael Collett (Unsplash)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.


Inicio