Universidade espanhola está escavando poços a 150 metros de profundidade; o objetivo: novo sistema de calefação

"Um anel único para governar todos" é a tradução de Gandalf para a inscrição no anel que foi lançado ao Monte da Perdição — mas não vamos falar sobre isso (ainda que eu possa mencionar que as terras de Mordor têm uma alta atividade geotérmica).

E é justamente disso que vamos falar: geotermia e um anel, mas para aquecer a todos. Um método inovador nas faculdades de Vitória.

Um anel de geotermia?

A Universidade do País Basco (UPV/EHU) iniciou as obras para instalar um sistema de aquecimento geotérmico em duas de suas faculdades: a de Letras e a de Educação e Esporte. Essa iniciativa, que começará a operar neste outono, tem como objetivo eliminar o uso de combustíveis fósseis no campus.

O projeto busca conectar todos os edifícios do campus de Vitória-Gasteiz em um anel de condensação, distribuindo o calor extraído do subsolo.

Como funciona?

A energia geotérmica utiliza o calor armazenado no subsolo da Terra para gerar aquecimento e água quente. Neste caso específico, estão sendo realizadas perfurações de 150 metros de profundidade, com quase 10 quilômetros de tubulações para extrair esse calor do interior da Terra.

Esse calor é canalizado e distribuído aos edifícios, e, neste caso, será instalado um “anel de condensação” que conecta 11 dos 13 prédios universitários, permitindo um uso mais eficiente da energia geotérmica.

Um projeto pioneiro em uma universidade

A iniciativa da universidade de implementar a geotermia é pioneira na Espanha no meio acadêmico, já que poucas instituições possuem um plano dessa magnitude. Além disso, o projeto conta com o apoio dos fundos europeus Next Generation e com o subsídio do Ente Basco de Energia (EVE) para impulsionar a transição energética.

Existem outros projetos?

A energia geotérmica está ganhando espaço como fonte renovável alternativa às já conhecidas, como a solar e a eólica. Em Valência, está em desenvolvimento uma grande instalação geotérmica para a Cidade das Artes e das Ciências, que terá uma capacidade superior a 6,5 MW para climatização

O desenvolvimento da energia geotérmica na Espanha e na Europa tem sido um gigante adormecido, mas está ganhando cada vez mais força. O projeto em fases de Vitória permitirá avançar na eliminação dos combustíveis fósseis no campus e serve como ponto de partida para futuros investimentos.

Imagem | Zarateman