O telescópio Webb observou quasares onde não deveriam estar: algo está errado com a teoria dos buracos negros

  • O Telescópio Espacial James Webb é capaz de observar as luzes tênues que chegam até nós do início do universo, há 13 bilhões de anos

  • Ali, ele encontrou quasares solitários que não se encaixam nos modelos cosmológicos atuais

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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

O Telescópio Espacial James Webb observou quasares solitários no início do universo, uma descoberta que desafia as teorias atuais sobre como os buracos negros supermassivos se formaram após o Big Bang.

Um pouco de contexto

Um quasar é uma região extremamente luminosa no centro de uma galáxia recém-nascida, alimentada pelo aumento de gás e poeira de um buraco negro supermassivo. São os objetos mais brilhantes e quentes do cosmos e servem como um farol para estudar o início do universo.

Astrônomos acreditavam que os primeiros quasares se formaram em áreas com alta densidade de matéria escura, portanto estavam cercados por muitas galáxias. No entanto, o Telescópio Espacial James Webb observou quasares antigos que parecem estar localizados em regiões com poucas galáxias vizinhas, o que não se encaixa nos modelos cosmológicos atuais.

Por que isso é importante?

A presença de quasares solitários descobertos pelo telescópio Webb desafia a ideia de que esses objetos se formaram nas regiões mais densas do início do universo. A descoberta sugere exatamente o oposto: que buracos negros supermassivos podem crescer em ambientes menos densos. No entanto, os modelos cosmológicos não contemplam mecanismos de formação que se ajustem a essa ideia. Mais uma vez, Webb questiona o que sabemos sobre o universo.

A descoberta, em detalhes

Uma equipe do MIT usou o poder do Telescópio Espacial Webb para observar as luzes tênues que chegam até nós do início do universo, há 13 bilhões de anos. Liderada pela astrônoma Anna-Christina Eilers, os pesquisadores distinguiram cinco quasares antigos, alguns em campos densos, com mais de 50 galáxias vizinhas, e outros em regiões quase vazias. A existência de quasares em áreas com poucas galáxias ao redor levantou a questão de como eles poderiam crescer tão rápido sem matéria suficiente para se alimentar.

As conclusões

O estudo sugere que os quasares não estão necessariamente localizados nas regiões de maior densidade do início do universo. Alguns parecem estar no meio do nada.

A descoberta parece implicar a existência de processos desconhecidos que permitiram que buracos negros crescessem rapidamente após o Big Bang.

E agora?

Os pesquisadores planejam procurar por galáxias que possam estar escondidas por poeira cósmica ao redor dos quasares solitários. Se não as encontrarem, confirmarão suas suspeitas: será necessário ajustar as teorias sobre como as estruturas mais massivas do início do universo se formaram.

Imagem | NASA-JPL, Eilers et al.

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