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Paciente com lesão na medula espinhal que recebeu implante cerebral da Neuralink já consegue jogar Counter-Strike, revela Elon Musk

  • Alex, o segundo paciente, se recuperou bem e já está usando seu implante para criar em 3D e jogar videogames.

  • A equipe parece ter resolvido o problema das retrações dos fios. 

  • Agora, eles estão trabalhando para que o paciente possa controlar um braço robótico ou sua cadeira de rodas, aumentando assim sua autonomia.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

No final de janeiro, Elon Musk anunciou que a Neuralink havia concluído com sucesso a instalação de seu primeiro implante cerebral em humanos. Meses depois, pudemos acompanhar o progresso do primeiro paciente, Noland Arbaugh, que desde o início de agosto não está mais sozinho. Atualmente, há duas pessoas com um implante Neuralink: Noland e Alex. Este último tem o implante há apenas algumas semanas, e hoje, finalmente, tivemos a oportunidade de conhecer seu estado.

Uma boa recuperação

De acordo com a Neuralink, Alex, que sofre de uma lesão na medula espinhal semelhante à do primeiro paciente, recebeu alta no dia seguinte à operação e sua recuperação foi "tranquila". Atualmente, ele já é capaz de usar programas de design 3D e até de jogar vídeo games como Counter-Strike 2.

Cinco minutos, nada mais, nada menos

Esse foi o tempo que, segundo a empresa de Elon Musk, Alex precisou para começar a controlar o cursor com a mente. "Em poucas horas, ele conseguiu superar a velocidade e a precisão máximas que havia alcançado com qualquer outra tecnologia assistiva em nossa tarefa Webgrid." Esse é um jogo que consiste em clicar em quadrados azuis para medir a precisão no controle de um cursor.

A La Derecha Del Portatil Se Puede Ver El Soporte Para El Cargador Del Implante Creado Por Alex Imagen Neuralink À direita do portátil, se pode ver o suporte para o carregador do implante criado por Alex | Imagem: Neuralink

Alex é talentoso!

Antes de sua lesão, o paciente trabalhava como técnico automotivo e tinha experiência no uso de programas como o Fusion 360. De acordo com a Neuralink, em apenas dois dias, Alex conseguiu usar o programa para projetar um suporte personalizado para o carregador do implante, que ele posteriormente imprimiu e integrou.

Este é um caso de uso interessante, pois o design em 3D exige uma série de ferramentas e gestos que normalmente são feitos com o mouse e vários botões. Por isso, a Neuralink está trabalhando para "aumentar sua produtividade com o Link, atribuindo os movimentos previstos a diferentes tipos de cliques do mouse", permitindo que Alex faça ações como deslizar, ampliar, reduzir ou arrastar.

Vamos falar de games?

O paciente já era capaz de jogar títulos como Counter-Strike 2 usando um  (um controle adaptado que é operado com a boca e os lábios por meio de pressão, sopros e sucção). O problema desse controlador é que ele não permite realizar algo tão básico em jogos de tiro quanto mover o cursor e o personagem ao mesmo tempo. Graças ao implante, Alex agora pode combinar o uso do Quadstick com sua mente para apontar e se mover simultaneamente.

Sobre as retrações dos fios

Com o primeiro paciente da Neuralink, surgiram também os primeiros problemas de conectividade. Em resumo, alguns dos 64 fios que conectam os 1.024 eletrodos do chip à superfície do crânio se desprenderam devido a uma bolsa de ar no interior do crânio, um fenômeno conhecido como pneumoencéfalo. Embora geralmente seja assintomático, isso causou problemas de desempenho. No entanto, a empresa afirma que os fios se estabilizaram e o desempenho foi recuperado.

No caso deste segundo implante, a equipe responsável pela cirurgia adotou uma série de medidas, "incluindo a redução do movimento do cérebro durante a cirurgia e a diminuição da distância entre o implante e a superfície cerebral". O resultado parece ter sido positivo: "É promissor que não tenhamos observado retração dos fios em nosso segundo participante", afirma a empresa.

Próximos passos

Em relação ao futuro, a Neuralink afirma estar trabalhando na decodificação de múltiplos cliques e intenções de movimento, como a de introduzir texto (o que deve aumentar a velocidade de interação). Além disso, eles planejam habilitar o implante para que o paciente possa interagir com o mundo físico, permitindo "que os usuários se alimentem sozinhos e se movimentam com mais independência, controlando um braço robótico ou sua cadeira de rodas."

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