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Que comece a corrida: BMW já lançou seu primeiro carro elétrico com bateria de estado sólido na Europa para desafiar a China

BMW já lançou seu primeiro carro elétrico com bateria de estado sólido na Europa para desafiar a China. Imagem: Motorpassion
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

No mês passado, a Mercedes-Benz anunciou que as primeiras provas de seus carros elétricos com baterias de estado sólido estavam prestes a começar, graças à parceria com a empresa americana Factorial. Agora, quem acelera na corrida pelo “santo graal” dos carros elétricos é a BMW.

Como parte de um marco importante em seu planejamento, a fabricante de Munique oficializou que já tem seu primeiro carro elétrico com bateria de estado sólido rodando em vias públicas: um BMW i7 modificado que está sendo testado em condições reais, bem perto da sua sede.

BMW já testa nas ruas seu primeiro carro elétrico com bateria de estado sólido

A BMW confirmou que seu primeiro carro elétrico de testes equipado com baterias de estado sólido, ou ASSB (All-Solid-State Battery), já está circulando nas ruas. É um BMW i7 modificado, equipado com a tecnologia que o grupo alemão vem desenvolvendo há anos em parceria com a americana Solid Power.

Entre outras vantagens, essas baterias prometem uma densidade energética muito maior que as atuais de íons de lítio, o que significa que podem armazenar mais energia em um volume menor e com menos peso.

Em outras palavras, isso se traduz em carros mais leves, com maior autonomia, menos dependência de sistemas de resfriamento e recargas bem mais rápidas. Segundo o Electrek, o pack instalado no i7 usa módulos com células prismáticas de nova geração e eletrólito sólido à base de sulfeto, integrados na arquitetura Gen5 atual da BMW, adaptada para essa tecnologia.

Carro elétrico BMW

Tudo isso mesmo com a BMW não prevendo a necessidade das baterias de estado sólido antes de 2033 — pelo menos era o que dizia Martin Schuster, vice-presidente de tecnologia de baterias do grupo, em entrevista à Autocar. Agora, esse novo protótipo mostra que o ritmo mudou, e rápido.

A parceria com a Solid Power não é novidade: começou em 2022, quando a BMW decidiu montar uma linha piloto de produção no seu Centro de Competência em Fabricação de Células (CMCC), em Parsdorf. Desde então, as duas empresas têm trabalhado no aprimoramento das baterias e na integração delas nos carros elétricos da BMW. Nos próximos meses, seguem os testes para avaliar parâmetros como pressão, temperatura e desempenho em uso intensivo.

Vantagens e desafios das baterias de estado sólido — e o que vem por aí

A BMW não está sozinha nessa corrida, longe disso. Há alguns meses, a Mercedes-Benz anunciou o primeiro carro em estrada equipado com baterias de estado sólido: um EQS modificado, com células Solstice de 450 Wh/kg, que prometem 80% mais densidade energética comparado às baterias de lítio tradicionais e uma estrutura 33% mais compacta.

Enquanto isso, outras montadoras como Toyota, Nissan, Hyundai, Honda e Stellantis também estão desenvolvendo suas próprias tecnologias de baterias de estado sólido. No Japão, o Ministério do Comércio e Indústria destinou recursos para apoiar a Toyota nesse campo, buscando diminuir a dependência das baterias chinesas e coreanas. A Nissan já confirmou que seu futuro GT-R elétrico vai usar essa tecnologia em 2028.

Do outro lado do mundo, os gigantes chineses BYD e CATL também revelaram seus planos: ambos miram começar a produção limitada em 2027, com foco na produção em massa prevista para 2030. A transição da indústria para as baterias de estado sólido não é nada trivial.

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Embora prometam autonomias acima de 1.000 km, recargas ultrarrápidas e maior segurança — já que não usam eletrólitos líquidos inflamáveis —, as baterias de estado sólido ainda são tecnologicamente complexas e, principalmente, caras. Esse é o principal entrave para sua adoção em massa, como já admitiram marcas como BMW e até Mercedes.

No entanto, os avanços recentes em testes reais, como os que as montadoras alemãs têm realizado na Europa, indicam que a fase de maturação já começou. Também há interesse da indústria eletrônica: empresas como a Samsung planejam produzir essas baterias em série para aplicações automotivas e além a partir de 2027.

Por enquanto, os fabricantes seguem investindo na melhoria das baterias atuais de íons de lítio — como as células cilíndricas tipo 4680 ou as de lítio-ferrofosfato —, mas tudo indica que, em menos de uma década, as baterias de estado sólido vão finalmente estabelecer um novo padrão.

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