Elon Musk está tão desesperado com as vendas dos Cybertrucks que começou a comprá-los ele mesmo

Sem conseguir encontrar compradores para a picape, a Tesla agora está escoando seus estoques entre as outras empresas de Musk

Elon Musk / Imagem: YouTube
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Victor Bianchin

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Victor Bianchin é jornalista.

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Nos últimos dias, vários caminhões carregados de Cybertrucks foram vistos a caminho das instalações da SpaceX e da xAI. Segundo fontes internas, as duas empresas privadas de Elon Musk já teriam encomendado centenas de unidades, com novos comboios sendo esperados nas próximas semanas. Oficialmente, esses veículos substituiriam as frotas a combustão ainda em uso pelas equipes técnicas da SpaceX e da Tesla.

Wes Morrill, engenheiro-chefe do projeto Cybertruck, comemorou essa transição: “Adoro ver as frotas a combustão da Tesla e da SpaceX sendo substituídas por Cybertrucks. Esse era um sonho desde a concepção do veículo”. No entanto, nenhuma informação foi divulgada sobre o volume total de compra nem sobre as condições financeiras dessas transferências entre empresas dirigidas pelo mesmo homem.

Para a Tesla, esse movimento interno acontece em um contexto delicado, já que o Cybertruck, apresentado como um veículo revolucionário, acabou se revelando o primeiro verdadeiro fracasso comercial da montadora. A fábrica no Texas, projetada para produzir mais de 250 mil unidades por ano, atualmente opera com cerca de 10% de sua capacidade. As vendas estão limitadas a 20 mil exemplares anuais — muito aquém das ambições iniciais.

Uma reciclagem industrial para disfarçar a superprodução

Com uma taxa de utilização tão baixa, a equação financeira se torna problemática: grande parte dos investimentos na linha de produção acaba se transformando em custo irrecuperável. Para evitar uma acumulação visível de estoques, a Tesla parece estar reciclando sua própria produção por meio de suas empresas-irmãs.

As entregas observadas em Starbase, o centro de lançamentos da SpaceX no Texas, permitem que a montadora mantenha uma atividade mínima em sua linha de montagem enquanto escoa os veículos não vendidos. Essa estratégia interna não é ilegal, mas levanta dúvidas sobre a real saúde da demanda pela picape elétrica, cujo design anguloso e desempenho controverso dividem fortemente o público.

Internamente, alguns executivos justificam a iniciativa como uma “harmonização ecológica” entre as empresas de Elon Musk. Outros a veem como uma manobra para preservar artificialmente os números de produção e manter a moral dos investidores. A operação também poderia servir para testar os veículos em condições de uso intensivo nas instalações da SpaceX — um campo de experimentação mais seguro do que o mercado consumidor.

Este texto foi traduzido/adaptado do site JV Tech.


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