Ninguém conhecia essa empresa, mas ela acaba de comprar a maior briga do ano contra o X pela marca Twitter

Uma startup quase desconhecida desafia Elon Musk na Justiça e reacende a disputa por um dos nomes mais valiosos da história das redes sociais

Crédito de imagem: Xataka Brasil
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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Parecia que o antigo Twitter estava encerrado depois que Elon Musk comprou a rede social por US$ 44 bilhões em 2022, trocou o nome para X, aposentou o icônico passarinho azul e deixou claro que o futuro da plataforma passaria por uma nova identidade. O que ninguém imaginava é que essa decisão abriria espaço para uma disputa judicial capaz de recolocar a palavra “Twitter” no centro do debate — agora como alvo de uma startup praticamente desconhecida chamada Bluebird.

A Bluebird entrou em cena no início de dezembro ao pedir ao Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos o cancelamento da marca Twitter. O argumento é direto: ao rebatizar a rede e abandonar publicamente o nome, a empresa de Musk teria aberto mão dos direitos sobre a marca. Na sequência, a startup foi além e solicitou o registro do nome Twitter para si, com planos de lançá-lo em uma plataforma concorrente chamada “twitter.new”.

A reação do X foi imediata. Nesta terça-feira (16), a empresa processou a Bluebird em um tribunal federal de Delaware, alegando que a marca Twitter está longe de ter sido abandonada. No processo, o X afirma que o nome continua “vivo e bem”, sendo usado diariamente por milhões de pessoas que acessam a rede por meio do domínio twitter.com — endereço que segue ativo. Além disso, a empresa destaca que usuários, anunciantes e até veículos de imprensa continuam se referindo à plataforma como Twitter, mesmo após a mudança oficial para X.

Para o time jurídico de Musk, a tentativa da Bluebird não passa de uma apropriação indevida. O processo afirma que a startup estaria tentando “roubar” uma das marcas mais reconhecidas do mundo, o que configuraria violação clara de direitos de propriedade intelectual. O X também argumenta que uma nova plataforma chamada Twitter causaria confusão direta no consumidor, além de diluir o valor da marca construída ao longo de quase duas décadas.

“A mudança de marca não é um abandono dos direitos”, diz o processo, em um trecho que resume a tese central do X. A empresa também pede indenização financeira, embora não especifique valores.

Do outro lado, a Bluebird não demonstra intenção de recuar. Em resposta, o fundador Michael Peroff afirmou que o pedido de cancelamento se baseia em “leis de marcas registradas bem estabelecidas” e que a startup está preparada para levar a disputa até às últimas consequências. Um detalhe chama atenção: a petição foi apresentada por Stephen Coates, ex-advogado de marcas do próprio Twitter, hoje atuando como conselheiro da Bluebird.

A disputa expõe os riscos de uma mudança de identidade radical, especialmente quando se trata de uma das marcas mais fortes da internet. Mesmo que o X vença a batalha jurídica, a Bluebird já conseguiu ganhar a atenção por mais do que os 140 caracteres da época do Twitter.



Crédito de imagem: Xataka Brasil

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