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China respondeu aos EUA: tem modelo de IA capaz de rodar em GPUs de diferentes configurações

  • A falta de acesso fácil às GPUs de IA mais avançadas da NVIDIA é um problema para a China

  • Esta tecnologia resolve de uma só vez um dos maiores desafios que a China enfrenta no campo da IA

Ia Chinesa Roda Em Diferentes Configuracoes De Gpu
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Sundar Pichai, CEO da Alphabet, a corporação à qual o Google pertence, está convencido de que "a escala do trabalho que a China está fazendo no campo da inteligência artificial (IA) é impressionante [...] A China estará na vanguarda desta disciplina. É um fato", disse Pichai. "A longo prazo, a única maneira de consolidar o progresso é a China e os EUA trabalharem juntos em uma área tão crítica quanto a IA. Deve ser parte integrante do processo."

Este executivo da Alphabet não é o único que comentou a alta capacidade da China no campo da IA. Jensen Huang, fundador e CEO da NVIDIA, deixou claro na Computex 2023: "A China está dedicando recursos massivos a startups especializadas em desenvolvimento de GPU. Não as subestime." Este aviso foi dirigido ao governo dos EUA em uma tentativa clara de alertar sobre as consequências das sanções destinadas a conter o desenvolvimento tecnológico chinês.

Seja como for, não há dúvidas sobre uma coisa: o país liderado por Xi Jinping não só entrou na onda da IA; mas viaja confortavelmente sentado em uma carruagem de primeira classe. Essa disciplina tem um papel estratégico para as grandes potências, e a China não é exceção. Algumas das sanções implantadas pelo governo dos EUA buscam colocar os semicondutores de IA mais avançados, como as GPUs A100 ou H100 da NVIDIA, fora de alcance, mas a China já tomou medidas sobre o assunto.

China tem um modelo de IA muito especial

A pressão que os EUA e seus aliados estão colocando sobre a China no campo dos circuitos integrados é considerável e, nessas circunstâncias, o país asiático não tem escolha a não ser aguçar sua engenhosidade. É exatamente isso que ele está fazendo. De acordo com Patrick Moorhead, analista principal da empresa de consultoria Moor Insights & Strategy, a China desenvolveu um modelo de IA generativo projetado para ser executado em vários data centers diferentes e em arquiteturas heterogêneas.

Isso significa simplesmente que ele funciona corretamente em GPUs com diferentes microarquiteturas, algo que no papel não é fácil de conseguir. Esse modelo pode ser treinado em vários data centers hospedados em diferentes locais. É claro que na situação atual em que a China não tem acesso fácil aos chips de IA mais avançados da NVIDIA, a tecnologia permite que ela dê um passo muito importante para que seus avanços nessa disciplina não sejam interrompidos.

Segundo Moorhead, esse modelo de IA generativa pode rodar sem problemas em um ou mais clusters de servidores com GPUs NVIDIA, como a A100, e também com outros chips menos avançados, como o próprio H20 da NVIDIA ou o Ascend 910B da Huawei. A China não precisa que todas as GPUs sejam idênticas ou residam em servidores hospedados em um único data center. Infelizmente, ainda não temos mais detalhes sobre essa tecnologia, mas não há dúvidas de que ela parece muito boa. Tanto que, de fato, é razoável prever que outros países em breve desenvolverão soluções semelhantes devido às vantagens óbvias que ela acarreta do ponto de vista prático.

Imagem | Panumas Nikhomkhai

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