O Game Pass já é um investimento insustentável: mais de 2 mil euros para cada geração de console e sem nenhuma propriedade

Antes uma pechincha, o Game Pass agora é exatamente o oposto; ainda vale a pena?

Imagem de capa | Microsoft
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Fabrício Mainenti

Redator

O Game Pass está aumentando o preço de sua categoria mais cara, e não por pouco: 50% serão aplicados ao plano Ultimate, um aumento espetacular de R$ 59,99 para R$ 119,99, somando-se ao aumento que ocorreu em julho de 2024, quando passou de R$ 49,99 para modestos R$ 59,99 por mês. Essa decisão levanta não apenas uma questão econômica, mas também força os jogadores a refletirem sobre a natureza do serviço e o que recebem em troca da taxa.

Tudo, nada

É um sistema de acesso a jogos que naturalizamos completamente a ponto de transformá-lo em um padrão pelo qual todos os outros são regidos (o PlayStation Plus, por exemplo, é o "Game Pass da Sony"). Mas é impressionante como, com o tempo, nos acostumamos com o fato de suas desvantagens indiscutíveis e óbvias passam despercebidas. Isso pode mudar com esse aumento significativo de preço.

Primeiro, o mais importante

No primeiro semestre deste ano, já estava bem claro que o negócio principal da Microsoft era criar jogos para o Game Pass. Já fazia algumas temporadas que a empresa estava completamente aberta à ideia de que os consoles Xbox não eram necessários, mas que era possível jogar os títulos da plataforma em qualquer dispositivo com tela, graças à nuvem. Foi também nessa época que vimos algo incomum: a Microsoft havia se tornado a principal distribuidora do Playstation, graças ao sucesso de jogos como 'Call of Duty: Black Ops 6', 'Minecraft' e 'Indiana Jones and the Great Circle'. Não há dúvida: os consoles originais da Microsoft são o que menos importa.

Podemos jogar quando, onde e como quisermos

É uma ideia que claramente tem um lado obscuro: não possuímos nada, estamos apenas alugando um serviço; e os custos estão ficando cada vez mais altos: se cada geração de console durar sete anos e optarmos pela versão Ultimate do serviço, teremos gasto mais de R$ 800 em jogos — apenas para jogar, mas não para um console e jogos que podemos, por exemplo, revender para cobrir despesas futuras. Estamos pagando uma fortuna por nada tangível em troca, uma tragédia com a qual já estamos familiarizados com o streaming, mas que de alguma forma parecia diferente quando tínhamos um console exposto em destaque ao lado da TV.

Barato demais para ser verdade

O curioso é que o sentimento geral, como explica Álex Alcolea, é que o Game Pass era "barato demais": oferecer jogos de primeira linha como 'Silksong' ou 'Clair Obscur: Expedition 33' (além de tudo desenvolvido pelos estúdios da Microsoft) desde o primeiro dia foi uma estratégia que parecia ótima para o jogador, mas que deixou mais de um analista se perguntando: seria economicamente sustentável ao longo do tempo? A aquisição da Activision por US$ 68,7 bilhões (cerca de R$ 367,2 bilhões) só aumentou as dúvidas: o Game Pass parecia uma pechincha gigante.

Fazer a bola rolar

A Microsoft vem tentando superar seus concorrentes com força financeira há algum tempo: a aquisição da Bethesda e da Activision, os preços extremamente acessíveis do Game Pass — repleto de apelo inegável há anos, entre jogos de streaming e grandes lançamentos no primeiro dia — e sua sobrevivência aparentemente tranquila ao declínio nas vendas do Xbox Series

Mas tudo isso parece estar mudando, e o aumento no preço do Game Pass parece sinalizar o início de uma alteração: veremos aumentos nos outros planos? A Microsoft finalmente desistirá de ter exclusividades no primeiro dia do seu serviço? Haverá mais consoles Xbox? Por enquanto, todos nós precisamos pensar seriamente sobre quanto e por que estamos dispostos a gastar.

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