Após passar menos de um ano no Disney+, "The Creator", a magnífica distopia futurista de Gareth Edwards, está no Prime Video. A plataforma da Amazon pode dar um impulso tremendo a este filme que, apesar dos elogios recebidos com sua estreia em 2023, fracassou nas bilheterias. Isso o relegou a um papel secundário tanto na temporada de premiações, onde seu excelente trabalho técnico deveria ter sido reconhecido, quanto na recepção do público.
Edwards tem uma visão muito peculiar do gênero, um olhar singular para o drama e a intimidade, que se refletiu em seus filmes, inclusive para franquias de sucesso: 'Godzilla' e 'Star Wars: Rogue One', duas produções que encontraram um equilíbrio semelhante entre espetáculo e emoção em pequena escala. Nesse sentido, onde 'The Creator' encontra mais semelhanças é no primeiro filme do diretor, o excelente 'Monstros'.
Em 'The Creator', Edwards aborda um tema icônico da ficção científica, as inteligências artificiais, clássico desde que Asimov escreveu suas histórias sobre robôs, mas com uma perspectiva moderna: numa guerra entre a espécie humana e as inteligências artificiais, um ex-agente das forças especiais é recrutado para localizar e executar o Criador, um misterioso arquiteto de IA que desenvolveu uma arma devastadora que pode acabar com a guerra e levar à vitória das máquinas. Ele deve impedi-la.
O filme se apresenta como uma abordagem empática ao Outro, às IAs que, neste caso, estão muito longe de ser como a Skynet, por mais que confrontem os humanos com violência virulenta. O grande mistério de "The Creator" é, justamente, quais são as intenções últimas desse Criador, e tudo nos é apresentado em um ambiente de guerra devastador, com efeitos especiais que, apesar de sua modéstia (ou justamente por isso), funcionam muito melhor do que os de tantos sucessos de bilheteria. Um evento essencial para os amantes do gênero.
Imagem | Disney
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