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“Cidade perdida” com visual extraordinário é encontrada nas profundezas do oceano

Cidade perdida fica localizada a 700 metros de profundidade e foi encontrada no anos 2000

Cidade Perdida
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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O fundo do mar ainda é um dos lugares mais misteriosos do planeta. Apesar dos avanços da ciência, grande parte do oceano permanece inexplorada, e é justamente nesse cenário desconhecido que descobertas impressionantes continuam surgindo. Em 2000, pesquisadores encontraram um campo hidrotermal submarino com formações que lembram torres e ruínas de uma cidade antiga.

Conhecido como Campo Hidrotermal da Cidade Perdida (ou Lost City), esse ambiente extraordinário fica a mais de 700 metros de profundidade no Oceano Atlântico, a oeste de uma cordilheira submarina. Com um visual único e atividade geotérmica intensa, o local abriga formas de vida que vivem em condições extremas (como novas comunidades microbianas) e é considerado o sistema de ventilação submarina com vida mais longa já registrado.

Cidade perdida foi localizada a oeste da Dorsal Mesoatlântica

Localizada a oeste da Dorsal Mesoatlântica, conhecida também como cordilheira mesoatlântica ou crista oceânica do Atlântico, essa região é uma cordilheira submarina que se estende sob o Oceano Atlântico e o Oceano Ártico.  Essa cadeia de montanhas submarinas se estendem por mais de 16.000 km, do sul da Islândia ao sul da África,  com a cidade perdida a cerca de 700 metros de profundidade.

Além dessas características impressionantes, a cidade perdida chama atenção também pela aparência extraordinária, completamente diferente de tudo já visto. Na escuridão do fundo do mar, a paisagem impressiona com as formações que lembram torres de pedra. Essas estruturas são fontes hidrotermais formadas por calcita, um tipo de mineral que se acumula ao longo do tempo. Diferente das aberturas vulcânicas subaquáticas chamadas de fumaça negra, que liberam jatos quentes vindos do magma, as torres da Cidade Perdida se formam de outra maneira, sem depender do calor vulcânico para existir.

Por isso, acredita-se que essas formações da cidade perdida sejam muito mais antigas. A maior pedra do campo foi apelidado de Poseidon, em referência ao deus grego dos mares, e chega a impressionantes 60 metros de altura, quase o tamanho de um prédio de 20 andares. Ao redor dessa pedra, há um penhasco com pequenas estruturas em constante atividade. Pesquisadores da Universidade de Washington observam o que chamam de "choros" de fluidos minerais, que escorrem pelas fendas e criam formas como se fossem dedos apontando para cima. Esses fluidos carregam gases como hidrogênio e metano, liberados há pelo menos 120 mil.

pedra no fundo do mar Pedras localizadas na Cidade Perdida (Créditos: D. Kelley/UW/URI-IAO/NOAA)

Cientistas acreditam que vida pode ter se originado em um ambiente como esse

Mesmo sem luz solar e sem oxigênio, cientistas descobriram que essas condições extremas sustentam formas de vida únicas, como microorganismos que se alimentam dos compostos químicos presentes ali, formando comunidades. A presença de hidrocarbonetos, moléculas consideradas fundamentais para o surgimento da vida, levanta a hipótese de que a vida possa ter surgido em ambientes parecidos como esse. Com essa descoberta, espera-se que os cientistas compreendam como a vida pode surgir em ambientes hostis e considerados inabitáveis.

Cidade perdida em risco?

Apesar das belezas e informações extraordinárias descobertas na cidade Perdida, ela pode estar ameaçada. Isso porque a região ao redor do campo hidrotermal foi liberada para exploração mineral, o que preocupa cientistas. Mesmo que a mineração não aconteça diretamente nas fontes, qualquer distúrbio no entorno pode afetar esse ambiente sensível. Há risco de que os resíduos da atividade acabem prejudicando as formas de vida que dependem dessas fontes. Por isso, especialistas defendem que o local seja protegido oficialmente e estão pedindo para que a cidade perdida seja listada como um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

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