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China está melhorando tanto suas turbinas eólicas que Alemanha só consegue encontrar uma explicação: espiões

  • Câmara de Comércio da China com UE (CCCEU) descreveu relatório como "tecnicamente implausível e sem base factual".

  • Alemanha suspendeu atividades no parque eólico offshore de Waterkant.

Imagem | Pixabay
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A espionagem é uma arte que requer engenhosidade, estratégia e as ferramentas certas. Mas se estivéssemos falando sobre o uso de turbinas eólicas para obter informações, pareceria ficção científica. No entanto, a realidade supera a ficção: a China foi acusada de espionar a Alemanha.

Em resumo, um think tank alemão detalhou em relatório que fabricantes chineses podem estar usando sensores em turbinas eólicas para coletar dados não autorizados na Alemanha.

Em detalhes, o relatório, encomendado pelo Ministério da Defesa alemão, sugere que empresas chinesas poderiam acessar sensores de turbinas para extrair dados sensíveis ou mesmo desligá-las remotamente. Além disso, recomendaram a suspensão de projetos eólicos com assinatura chinesa, sendo o primeiro o parque eólico offshore de Waterkant.

O que a China diz?

A Câmara de Comércio da China com a UE (CCCEU) descreveu o relatório como "tecnicamente implausível e sem base factual". A agência chinesa garantiu que as empresas estão cumprindo as regulamentações europeias. Além disso, argumentaram que preocupações com a segurança, relacionadas à coleta de dados ou ao controle remoto, são um pretexto para bloquear o acesso de empresas chinesas ao mercado europeu, o que poderia afetar a concorrência leal e as relações comerciais internacionais.

Mas turbinas podem ser usadas para espionagem?

De acordo com a CCCEU e especialistas chineses, turbinas eólicas não estão equipadas para espionagem. Os sensores são projetados para otimizar o desempenho, monitorar falhas e proteger a vida selvagem. Além disso, os sistemas de controle remoto e gerenciamento de parques eólicos, como o Waterkant, são gerenciados por empresas alemãs e europeias. O lado chinês reforça a ideia de que essas alegações são infundadas e parte de uma tentativa de proteger o mercado local.

Projetos eólicos offshore foram suspensos devido a preocupações com a segurança militar, como aconteceu na Suécia. O motivo é que um parque eólico pode afetar a parada e o rastreamento de mísseis devido às dimensões de uma turbina eólica. No entanto, outros países estão usando isso em seu benefício, como a Polônia, que instalou sistemas de radar e sonar entre turbinas eólicas. Além disso, uma estratégia semelhante está sendo abordada pela WindEurope em conjunto com a OTAN e a Agência Europeia de Defesa (EDA) com a criação de um novo projeto: Symbiosis. Nele, buscam implantar energias renováveis ​​marinhas no espaço de defesa marítima e criarão sinergias para lidar com isso.

Outras acusações de espionagem contra a China

Não é a primeira vez que o gigante asiático é acusado na Alemanha. Há menos de um ano, três suspeitos foram presos por roubo de tecnologia militar. O país também foi acusado de sobrevoar a Europa com um avião espacial secreto. Além disso, todo o material desenvolvido para aprimorar habilidades em espionagem, como o uso de sinais Starlink para detectar aviões e drones espiões, ou uma câmera que identifica rostos a 100 quilômetros de distância, está sendo investigado. Por fim, a China está desenvolvendo uma agência de espionagem, a Guoanbu, para se tornar a principal potência mundial até 2049. A abordagem se baseia em inteligência econômica e tecnológica, juntamente com capacidades de ciberespionagem.

Previsões

Neste momento, a redução de tarifas dos EUA deixou um vazio no comércio global, que a China está aproveitando para expandir suas exportações. Por esse motivo, quer continuar investindo e cooperando com a União Europeia. Apesar desse atrito, o comércio bilateral atingiu 5,591 trilhões de yuans (US$ 771 bilhões) em 2024, refletindo um aumento anual de 1,6%.

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