Há bilhões de dólares em terras raras enterradas à vista de todos – basta olhar para as cinzas de carvão

Essas cinzas, que antes eram consideradas resíduos industriais, contêm US$ 8,4 bilhões desses elementos essenciais

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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

As terras raras têm sido um assunto altamente controverso nos últimos meses, devido às disputas do presidente Donald Trump com a Groenlândia e a Ucrânia. Este elemento necessário para nossos dispositivos eletrônicos diários tem suas reservas cada vez mais escassas e concentradas apenas em alguns países. No entanto, novas pesquisas conseguiram encontrá-las a olho nu: em cinzas.

O estudo

Cientistas da Universidade do Texas encontraram uma fonte de terras raras em resíduos industriais. A questão é que os pesquisadores descobriram que as cinzas de carvão contêm US$ 8,4 bilhões (R$ 47,8 bi) em terras raras.

Qualquer tipo de cinza?

Os pesquisadores realizaram análises químicas detalhadas de cinzas, separando minerais de terras raras das cinzas queimadas para quantificá-las. O estudo, realizado nos Estados Unidos, concluiu que as cinzas da Bacia dos Apalaches têm uma concentração maior de terras raras (431 miligramas por quilograma), mas apenas 30% são recuperáveis ​​com os métodos atuais. Essa situação ocorreu porque muitos dos minerais estão ligados a outras substâncias nas cinzas, dificultando sua separação. Em vez disso, eles descobriram que as cinzas da Bacia do Rio Powder, embora tenham uma concentração menor de terras raras (264 miligramas por quilograma), têm uma extração muito maior (70%), pois os elementos de terras raras são mais dispersos e mais fáceis de separar das cinzas.

O processo

A pesquisa concluiu que, durante a queima do carvão, os minerais são separados do minério original, facilitando sua extração. Nesse processo de queima, algumas impurezas já foram removidas, reduzindo a necessidade de etapas adicionais de refino, que na mineração convencional costumam ser caras e consomem muita energia. Esse processo está sendo empregado por empresas como a Element USA, que estão desenvolvendo métodos para tornar essa extração rentável.

Mais cuidadoso

Cientistas afirmam que esse desenvolvimento é mais eficiente e menos prejudicial ao meio ambiente em comparação com a mineração tradicional. No entanto, existem outros métodos que não dependem da mineração tradicional, como é o caso de um estudo espanhol. Nele, pesquisadores do CSIC desenvolveram um procedimento de reciclagem de dispositivos eletrônicos para recuperar as terras raras que eles contêm.

Impacto global

Os pesquisadores afirmaram que ainda existem desafios técnicos e econômicos para a aplicação em larga escala. No entanto, se essa tecnologia for aprimorada, poderá desafiar a China, que controla mais da metade da produção mundial, na disputa pelo pódio. No entanto, o futuro é muito incerto, dadas as políticas de Trump em relação ao sistema tarifário e sua recusa em promover energias renováveis.

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