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Perdeu a viagem: depois de 400 km, casal descobre que foi enganado por IA

Casal viaja mais de 370 km até atração turística que nunca existiu

Pessoa mexendo em computador e celular. Créditos: banco de imagens
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Laura Vieira

Redatora
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Laura Vieira

Redatora

Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

65 publicaciones de Laura Vieira

Um casal de idosos da Malásia passou por uma grande frustração após percorrer mais de 370 km em busca de um passeio turístico que, na verdade, nunca existiu. A viagem foi motivada por um vídeo que prometia uma atração chamada Kuak Skyride, um lugar com vistas bonitas e um moderno teleférico. No entanto, ao chegar no destino, os idosos descobriram que tudo não passava de uma criação feita por inteligência artificial.

Idosos foram atraídos por vídeo nas redes sociais

Programar viagens e passeios é uma tarefa empolgante e cheia de expectativas. Mas imagina chegar ao destino e descobrir que o local nunca existiu? Foi exatamente essa experiência que o casal de idosos viveu.  Eles decidiram viajar para Perak, na Malásia, após  assistirem um vídeo na internet que mostrava belas paisagens na região. O vídeo mostrava uma repórter entrevistando turistas, além de imagens realistas de uma estação de teleférico em meio às montanhas. Tudo parecia tão verdadeiro que o casal não desconfiou de nada. Mas, quando chegaram ao local, perceberam que haviam sido enganados.

Casal de idosos só descobriu a mentira no destino

O casal só descobriu que tudo passava de uma mentira quando uma funcionária de hotel em que iriam se hospedar revelou que foram enganados. Foi ela quem teve a difícil tarefa de contar aos idosos que a repórter, o local e toda a estrutura mostrada no vídeo foram criados por inteligência artificial. A idosa, muito abalada pela descoberta, chegou a dizer que processaria a “jornalista” da gravação, sem saber que ela também era uma personagem gerada por IA.

O caso veio à tona após a funcionária compartilhar o fato nas redes sociais. Após o caso ganhar repercussão, o governo do estado de Perak confirmou que não existe nenhum projeto de teleférico na região. Já a polícia informou que, como não houve prejuízo financeiro, o episódio não será investigado como crime. Confira o vídeo criado por IA:

Deepfakes: entenda o que é e como é utilizado para distorcer a realidade

O vídeo que enganou o casal foi criado com uma tecnologia chamada deepfake. Esse recurso usa inteligência artificial para produzir imagens e vídeos realistas, mas totalmente falsos. Com os deepfakes, é possível simular rostos humanos, falas e expressões de forma tão convincente que fica difícil identificar se o conteúdo é verdadeiro ou não. No caso do Kuak Skyride, tanto a repórter quanto o local turístico eram invenções digitais, e mesmo assim enganaram completamente os idosos. Casos como esse infelizmente são comuns e pessoas de mais idade são mais suscetíveis a acreditarem nesse tipo de conteúdo.

Como identificar vídeos criados por IA?

Embora as imagens sejam realistas, os vídeos deepfake apresentam alguns sinais de que foram manipulados. Por isso, é importante ficar atento a esses sinais para que você não caia em mentiras criadas pela IA. Veja como identificar:

  • Olhe os detalhes do rosto: expressões faciais estranhas, piscadas fora do ritmo ou movimentos artificiais estranhos;
  • Repare na iluminação: sombras ou luzes mal posicionadas indicam edição;
  • Note a nitidez e tremores: mudanças bruscas de foco e qualidade visual que oscila são comuns;
  • Analise o áudio: vozes robóticas ou com entonação irregular também são um alerta;

Como se proteger de golpes com deepfake?

Hoje em dia, os vídeos criados por inteligência artificial estão em todos os lugares. Contudo, a popularização desses vídeos levanta preocupações cada vez maiores: além de enganar pessoas em situações cotidianas, como no caso do casal de idosos, esse tipo de vídeo também pode ser usado para espalhar desinformação, prejudicar reputações ou até influenciar decisões importantes, como votos durante as eleições.

Além disso, qualquer pessoa pode acabar sendo vítima desse tipo de golpe. Já foram registrados casos de vídeos falsos que usam o rosto de alguém em montagens constrangedoras ou até mesmo em conteúdos pornográficos, inclusive envolvendo menores de idade. Por isso, é fundamental saber como se proteger e evitar que sua imagem ou informações sejam usadas de forma maliciosa. Veja a seguir como:

  • Desconfie de solicitações suspeitas: nunca compartilhe dados pessoais sem confirmar a identidade do solicitante por outros meios;
  • Use as configurações de privacidade nas redes sociais: restrinja o acesso a fotos e vídeos seus para evitar que usem sua imagem sem permissão;
  • Mantenha senhas fortes e únicas: crie senhas longas, misturando letras, números e símbolos, e troque com frequência;
  • Ative a autenticação de dois fatores: isso dificulta o acesso não autorizado às suas contas;
  • Atualize seu antivírus: programas de segurança ajudam a bloquear ameaças e proteger seus dispositivos;
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