Gigantes de energia: proposta de design quer colocar torres de energia em formato de humanos no interior da Islândia

Projeto transforma torres de alta tensão em esculturas gigantes para mudar a relação das pessoas com a infraestrutura elétrica

Crédito de imagem: Reprodução Choi+Shine Architects
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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Há quem olhe para torres de energia e veja apenas grandes aglomerados de metal recortando a paisagem — estruturas funcionais, indispensáveis, mas longe de serem queridinhas da população. Só que, na Islândia, um conceito arquitetônico ousado tenta responder a uma pergunta que ressurge sempre que o assunto volta ao debate: e se a solução não for esconder ou reduzir essas torres… mas torná-las impossíveis de ignorar?

A dupla de arquitetos Jin Choi e Thomas Shine acredita nisso desde 2008, quando apresentou o projeto Land of Giants: transformar torres de transmissão em figuras humanas colossais, como se titãs caminhassem pelo interior islandês carregando linhas de energia sobre os ombros. A inspiração veio durante uma viagem de carro rumo a Montreal, quando Jin percebeu um detalhe curioso: os quilômetros de torres à beira da estrada pareciam criaturas em marcha. “Uma vez que alguém te mostra, você não consegue mais ‘desver’”, brinca Thomas.

O objetivo não era criar simples excentricidades, mas provar que infraestrutura também pode — e talvez devesse — ser bonita. Afinal, pontes são celebradas como marcos arquitetônicos, enquanto estações e torres são tratadas como males necessários. O conceito fez barulho, venceu uma competição na Islândia e chamou atenção global, mas, até hoje, nenhum desses gigantes saiu do papel.

Segundo os arquitetos, não é questão de custo. As torres seriam montadas com o mesmo material dos modelos tradicionais, apenas reorganizado de forma a criar as silhuetas humanas. O problema, dizem, é político: quem recebe os gigantes? Quem vira atração turística? Quem fica só com as torres comuns? A disputa já travou propostas na Noruega e esbarra em discussões semelhantes em países como Chile, Geórgia e Estados Unidos.

Crédito de imagem: Reprodução Choi+Shine Architects

Enquanto isso, o mundo segue tentando “embelezar” suas redes elétricas de outras formas — de torres transformadas em arte em Essen, na Alemanha, à controversa moda de disfarçar antenas como árvores no Reino Unido. Há ainda quem prefira reduzir o impacto visual, como no modelo de T-pylons adotado recentemente pelo Reino Unido, mais baixos e rápidos de instalar.

Mas o sonho dos gigantes islandeses persiste. Jin chama essa espera de “fardo dos sonhos”: difícil, frustrante, mas melhor do que não sonhar. 


Crédito de imagem: Reprodução Choi+Shine Architects 

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