Quando você gasta uma pequena fortuna em um monitor OLED, é para desfrutar de pretos perfeitos e cores vibrantes, não para acabar com a barra de tarefas do Windows permanentemente marcada na parte inferior da tela seis meses depois. Esse medo de "burn-in" ainda impede muitos jogadores, especialmente aqueles que também usam o PC para trabalhar. É aí que entra o canal do YouTube Monitors Unboxed, conduzindo um experimento de longo prazo particularmente interessante sobre a durabilidade desses painéis
Para entender completamente os resultados, primeiro é preciso compreender a severidade do tratamento infligido ao hardware. Não estamos falando de jogos típicos, cujas imagens estão em constante movimento. O monitor usado como cobaia é um MSI MPG 321URX, um monitor 4K de 32 polegadas equipado com um painel Samsung QD-OLED, o mais suscetível a burn-in do mercado.
A equipe do Monitors Unboxed o utiliza em um cenário de "pior caso": trabalho de escritório puro e sem alterações, oito horas por dia. Isso significa elementos constantemente estáticos (janelas, texto, interface) e a tela ligada por aproximadamente 60 horas por semana. No total, o painel acumulou mais de 5 mil horas de uso.
Pior ainda, o testador não trata seu equipamento com o maior cuidado. Enquanto os fabricantes recomendam a manutenção automática de pixels a cada 4 horas (a famosa "atualização de pixels"), aqui o ciclo só começa ao final da jornada de trabalho de 8 horas. É o equivalente tecnológico a dirigir seu carro sem nunca verificar o nível do óleo.
A Curva de envelhecimento incomum
É aqui que as coisas ficam interessantes. Após 21 meses, seria de se esperar uma degradação muito maior do que após 18 meses. Mas não. A diferença é mínima. As descobertas do Monitors Unboxed são claras: o burn-in mais agressivo ocorre durante os primeiros seis meses. É durante esse período inicial que os subpixels (especialmente os verdes, que parecem ser os mais frágeis com essa tecnologia) mostram os sinais mais significativos de desgaste. Após esse ponto crítico, a degradação diminui consideravelmente e se torna muito mais gradual. O analista explica:
O burn-in em telas OLED é real, mas não é um fator decisivo.
Especificamente, a tela apresenta alguns sinais de desgaste: uma linha vertical no centro (devido à exibição contínua de duas janelas lado a lado) e uma sombra na área da barra de tarefas. No entanto, há uma distinção crucial a ser feita. Esses defeitos são visíveis apenas em fundos cinza uniformes. Seja em jogos, vídeos ou mesmo durante a navegação normal na web, essas marcas permanecem invisíveis a olho nu.
Brilho: resiliência inesperada
Outro indicador da saúde de um painel OLED é seu brilho máximo. Diodos orgânicos se desgastam à medida que emitem luz, então é natural temer uma queda brusca no brilho da tela após dois anos de uso intenso.
Medições técnicas revelam uma resiliência surpreendente. O brilho máximo em tela cheia, que era de 243 nits em medições anteriores, caiu para 238 nits. Isso representa uma redução de 2%, praticamente imperceptível para o usuário médio sem um colorímetro. Até mesmo a precisão das cores, que oscilou durante o primeiro ano, parece ter se estabilizado.
Em suma, este experimento demonstra que, mesmo com práticas inadequadas (trabalho de escritório intenso, manutenção infrequente), uma tela QD-OLED moderna pode durar pelo menos três anos antes que o burn-in se torne um problema. Para um jogador que alterna entre diferentes tipos de conteúdo e permite que seu monitor realize a manutenção preventiva, a vida útil será, logicamente, muito maior. Os painéis WOLED da LG, a outra gigante do setor, devem, teoricamente, apresentar pelo menos a mesma resistência ao longo do tempo.
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