O fim da prótese artificial: a fusão de osso, músculo e chip que está criando o primeiro "membro ciborgue" da vida real

Prótese biônica se conecta diretamente aos músculos e ossos, trazendo melhor qualidade de vida aos amputados acima do joelho

Perna utilizando a prótese biônica. Créditos: Tony Shu
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Laura Vieira

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Laura Vieira

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Jornalista recém-formada, com experiência no Tribunal de Justiça, Alerj, jornal O Dia e como redatora em sites sobre pets e gastronomia. Gosta de ler, assistir filmes e séries e já passou boas horas construindo casas no The Sims.

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A cada dia que passa, a ciência está se reinventando e proporcionando descobertas fantásticas para a sociedade. Agora, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um novo tipo de prótese biônica para mudar a forma como pessoas com amputações acima do joelho caminham e interagem com membros artificiais. Diferente dos modelos tradicionais, que apenas se encaixam no membro residual, a nova tecnologia se conecta diretamente a músculos e ossos, interpretando sinais neurais para guiar os movimentos. Os primeiros testes já indicam não só ganhos de mobilidade, mas também uma sensação de integração do indivíduo entre corpo e prótese.

A cirurgia que reconecta músculos e melhora os sinais neurais

De maneira geral, em amputações que ocorrem acima do joelho, é comum que ocorra a interrupção entre a ligação entre os músculos que trabalham se alternando entre contração e relaxamento. Isso, no entanto, dificulta a geração de respostas motoras na região que são necessárias para uma movimentação mais eficiente. Para contornar o problema, pesquisadores do MIT já haviam proposto um procedimento cirúrgico, chamado interface mioneural agonista-antagonista (AMI), que reconecta esses músculos, permitindo que enviem sinais elétricos mais precisos. Porém, eles desenvolveram a criação de uma nova prótese biônica totalmente inédita que se conecta diretamente aos músculos e ossos.

Entenda como funciona a nova prótese biônica

A prótese biônica é uma invenção incrível, que traz esperança e uma melhor qualidade de vida para pessoas com amputações acima do joelho. Diferente dos modelos tradicionais, a prótese se integra ao próprio esqueleto e aos músculos remanescentes. Para isso, os cientistas utilizam uma haste de titânio implantada no fêmur, garantindo estabilidade e evitando o desconforto dos encaixes convencionais, como feridas na pele.

Mas como ele funciona? O dispositivo conta com 16 fios que coletam sinais de eletrodos posicionados nos músculos reconectados pela cirurgia (AMI). Dessa forma, os impulsos elétricos enviados pelo corpo conseguem controlar o movimento da prótese com maior precisão. O estudo foi publicado na na revista científica Science.

Resultados iniciais e sensação de incorporação

Nos primeiros testes, dois voluntários que passaram tanto pela cirurgia AMI quanto pela implantação da prótese biônica apresentaram melhor desempenho em atividades como subir escadas, dobrar o joelho artificial e desviar de obstáculos, quando comparados aos usuários de próteses tradicionais.

Além da melhora motora, os participantes relataram sentir um maior senso de integração com o dispositivo, como se a prótese fosse de fato parte do próprio corpo. Segundo os pesquisadores, esse é um avanço que nenhuma tecnologia apenas baseada em inteligência artificial conseguiu alcançar até hoje. A seguir, assista ao vídeo para entender o funcionamento da prótese:

Apesar dos resultados promissores, o dispositivo ainda precisa passar por ensaios clínicos mais amplos e receber aprovação da Food and Drug Administration (FDA). O processo pode levar até cinco anos antes que a prótese esteja disponível comercialmente.

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