A “Ferrari” das motos se fabrica em Girona: assim a Rieju acabou com uma joia exclusiva em custo-benefício

Parece uma MV Agusta de luxo, mas é uma Rieju de média cilindrada por menos de R$ 38 mil

Foto: Rieju
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Matheus de Lucca

Editor-chefe

Editor-chefe do Xataka Brasil. Jornalista há 10 anos, entusiasta de tecnologia, principalmente da área de computação e componentes de PC. Saudosista da época em que em vez de um celular fazer tudo que se possa imaginar, tínhamos MP3, alarme e relógio.

A história de como uma marca nascida em Girona acabou montando um ambicioso projeto do “Ferrari das motos” é tão recente quanto curiosa. Seja você apaixonado por duas rodas ou não, é muito provável que já tenha ouvido falar da Rieju. Trata-se de uma marca icônica na Espanha, fundada em 1934, que até hoje figura no top cinco de vendas em alguns dos segmentos mais populares do país.

O seu último lançamento? Um verdadeiro dardo de design italiano e custo-benefício arrasador. Mas o que importa não é apenas a moto em si, e sim o que levou a marca a desenvolvê-la.

Uma marca com raízes rurais

Falemos da Rieju. Em 1934, Luís Riera Carré e Jaime Juanola Farrés (Riera + Juanola) deram início ao seu percurso empresarial fabricando acessórios para bicicletas. Foi assim que nasceu a Rieju, companha que decidiu instalar um motor auxiliar de 38 cc em uma de suas bicicletas — o verdadeiro “ciclomotor” de 1945.

Parceria italiana desde os anos 50

Já na década de 1950, a Rieju estreitou laços com empresas italianas. Fecharam acordos com a Motori Minarelli para importar com exclusividade motores e componentes, uma colaboração que se mantém viva até hoje. Desde então, embora mantenha vendas discretas em território espanhol, a Rieju domina segmentos como o de ciclomotores — posição que segue firme em abril de 2025.

A aproximação chinesa

Apesar de ser uma marca espanhola que monta suas motos em Figueres (Girona), nos últimos anos a Rieju se aproximou de um dos maiores grupos da indústria: a QJ Motor, dona das marcas Benelli, Keeway e MBP. Esse gigante se uniu à Rieju para comercializar parte de sua produção e tecnologia sob o selo espanhol.

Não é a única aliança. Um dos lançamentos recentes, a Rieju Aventura 500, é na verdade uma versão da chinesa Chongqing Hengjian Dahaidao 500. A moto é projetada e produzida na China e adaptada ao mercado europeu pela Rieju.

Foto: Rieju

A “Ferrari” das motos

Os fabricantes chineses estão fazendo sucesso  e duas das quatro marcas mais vendidas já vêm de lá. A QJ Motors quer entrar nesse top e elaborou um plano em parceria com um dos nomes mais exclusivos do motociclismo mundial.

A MV Agusta, fabricante italiana de motos de altíssimo padrão, enfrenta um problema: suas criações não se vendem em volume. A solução? Criar uma joint venture com a QJ Motors, permitindo ao grupo chinês adaptar os conceitos exclusivos da MV Agusta em modelos com melhor custo-benefício e maior apelo comercial.

MV Augusta / QJ Motors
Rieju Xplora 557
MV Agusta Lucky Explorer 5.5



De conceito inédito a modelo de sucesso

Foi assim que nasceu a ideia. Em novembro de 2021, no Salão de Milão (EICMA), a MV Agusta apresentou a Lucky Explorer 5.5: uma trail espetacular, pensada para quem possui carteira A2, movida por um motor de 550 cc fabricado pela QJ Motors. O grande problema é que ela jamais chegou a ser produzida em série.

Ficou a “espinha” cravada — e coube à Rieju dar vida a esse conceito sob o nome Xplora 557. Hoje, por menos de 6.000 €, temos uma moto de média cilindrada com design herdado de um dos fabricantes mais exclusivos do mundo, combinando a essência italiana da MV Agusta com a expertise chinesa da QJ Motors.

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