Florestas australianas estão preocupando cientistas após pesquisas constatarem que em vez de absorverem CO₂, elas estão produzindo e até devolvendo o dióxido de carbono para o ar. Essa variação reflete as mudanças climáticas cada vez mais potentes no planeta.
Publicado na Nature, a nova pesquisa analisou florestas tropicais da Austrália, de 1971 a 2019, revelando que a biomassa lenhosa das florestas — sua estrutura robusta de galhos e troncos — vem diminuindo desde o ano 2000. Muitas árvores acabam morrendo por intervenção humana, fogos, aumento de temperatura, secas intensas e até o aumento das temperaturas.
Pesquisas anteriores sugeriram que uma maior quantidade de dióxido de carbono poderia diminuir os efeitos da queda de áreas verdes ao redor do mundo e, consequentemente, aumentar o número de novas árvores. No entanto, a pesquisa informa que esse não é o caso, e a falta de nutrientes no solo libera esse elemento por meio de troncos mortos.
“Nossa descoberta ressalta… que ações ambiciosas devem ser tomadas para desacelerar as mudanças climáticas, inclusive em relação à proteção das florestas tropicais”, afirma o coautor do estudo David Bauman, ecologista vegetal do Instituto Nacional de Pesquisa para o Desenvolvimento Sustentável da França, em Marselha. “A COP30 será um momento crucial para essas discussões e ações subsequentes.”
Eventualmente, dizem os pesquisadores do artigo, à medida que mais florestas, como a Amazônia e outras localizadas no continente africano, morrem, mais CO₂ será liberado no ar e em vez das florestas ajudarem a "segurar" os efeitos do aquecimento global, elas se tornam verdadeiras bombas que podem acabar de vez com o mundo.
Capa da matéria: Getty Images/Ippei Naoi
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