Por mais de um século, a Norton Motorcycles foi sinônimo de glória, drama e sobrevivência no mundo das motos. Fundada em 1898, a lendária marca britânica reinou no famoso Isle of Man TT, foi pioneira em tecnologia e estilo, mas também sofreu com quedas financeiras e escândalos que marcaram sua trajetória.
Ao longo dos anos, a Norton passou por altos e baixos, quase como se as crises fizessem parte do seu DNA. Mas agora, a marca está pronta pra voltar a rugir — e dessa vez, o som do seu renascimento vem diretamente da Índia.
2025 e 2026: anos decisivos para a Norton
Quem está por trás desse retorno é a TVS Motor Company, uma das gigantes do setor na Índia. Em 2020, a TVS surpreendeu o mercado ao comprar a Norton por 16 milhões de libras, bem no meio de uma das piores crises da história da marca, que enfrentava uma gestão desastrosa, dívidas fiscais e até escândalos envolvendo fundos de pensão.
E esse plano de longo prazo já começou a sair do papel! Depois de cinco anos de um trabalho silencioso de reconstrução — nova sede em Solihull, reestruturação interna, recuperação da imagem e modernização dos processos — a Norton se prepara para desembarcar na Índia até o final de 2025.
E não vai ser uma chegada discreta: a marca planeja lançar até seis novos modelos até 2027, incluindo motos desenvolvidas especificamente para o mercado local.

Até agora, a linha da Norton no Reino Unido é focada em modelos como a Commando 961, a V4SV e a V4CR — motos com estilo retrô ou pegada de superbike, cheias de tradição britânica e com preços bem exclusivos. Esse posicionamento, no entanto, limita bastante o alcance da marca.
Mas, pra fazer sucesso na Índia — o maior mercado de motos do mundo em volume — é preciso ser mais acessível. E é aí que vem a grande virada: a Norton planeja lançar modelos de baixa cilindrada, entre 350 e 450 cc, fabricados localmente e ajustados ao gosto do público asiático. Alguns rumores indicam que os primeiros protótipos podem aparecer já em setembro deste ano.
A aposta é clara: motos com estilo britânico, engenharia indiana e preço competitivo. Te lembra alguma coisa? Sim, a Royal Enfield, que já quebrou recordes depois de ser comprada por um grupo indiano.
Além disso, o recente acordo de livre comércio entre Índia e Reino Unido facilita o caminho. Menos impostos, mais liberdade pra compartilhar peças e tecnologias e a chance de ver as novas Norton rodando não só nas ruas de Delhi e Chennai, mas também em Londres, pela Europa e, quem sabe em breve, pelos Estados Unidos.
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