SpaceX atinge níveis sem precedentes, tanto que a presidente Gwynne Shotwell entrou para a lista de bilionários da Forbes

A presidente e diretora de operações da SpaceX acumula uma fortuna de 1,2 bilhão de dólares

Há mais de 20 anos na empresa, Gwynne Shotwell finalmente entra pro clube dos bilionários / Imagem: NASA, SpaceX
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Gwynne Shotwell apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes com uma fortuna que a revista estima em 1,2 bilhão de dólares.

A presidente da SpaceX detém apenas 0,3% da empresa aeroespacial de Elon Musk, mas a última rodada de investimentos da companhia, que não é listada em bolsa, elevou sua avaliação para 350 bilhões de dólares, o que impulsionou significativamente o patrimônio de Shotwell.

Segundo a Forbes, a fortuna de Gwynne Shotwell, de 61 anos, é agora de 1,2 bilhão de dólares, seu primeiro “bilhão” na escala curta norte-americana. Como os dados não são públicos, o valor é baseado nas compensações em ações recebidas pelos primeiros funcionários da SpaceX.

Salto de fé

Shotwell entrou na SpaceX em 2002 como a 11ª funcionária, trocando um emprego estável na Microcosm por uma empresa que ainda tinha muito a provar, numa época em que Boeing e Lockheed Martin não tinham concorrência e, na vida pessoal, ela estava se divorciando e cuidando de dois filhos pequenos.

Engenheira mecânica de formação, ela disse a Musk “sou uma completa idiota” quando ele perguntou por que queria trocar uma empresa consolidada pela SpaceX. Seu primeiro grande desafio na empresa foi vender o foguete Falcon 1 para clientes e obter as permissões para seu lançamento. Quando as três primeiras tentativas falharam, Shotwell teve a difícil tarefa de manter a confiança dos investidores.

Em 2007, Shotwell conseguiu convencer a Iridium, outra empresa consolidada, a assinar um contrato com a SpaceX, mesmo que, naquele momento, seus foguetes ainda não tivessem obtido sucesso.

Depois de três fracassos, o Falcon 1 alcançou pela primeira vez a órbita em 2008, o que impulsionou um contrato decisivo com a NASA para desenvolver a nave Dragon, que começaria a transportar carga para a Estação Espacial Internacional.

Nesse mesmo ano, Musk promoveu Shotwell a presidente e diretora de operações. Desde então, Gwynne Shotwell conquistou contratos-chave com a NASA, o Pentágono e inúmeras empresas comerciais.

Além de ser a chefe nos bastidores de Musk, Shotwell é a única executiva que trabalha há mais de duas décadas ao lado do empresário difícil. Musk é o visionário, mas Shotwell traz quase todo o resto: estabilidade, eficiência operacional e habilidade diplomática.

Shotwell conseguiu acelerar o ritmo de desenvolvimento da SpaceX, mantendo em equilíbrio os muitos elementos de uma empresa que projeta e fabrica seus próprios foguetes e satélites, além de operar seus próprios lançamentos.

Em 2024, a SpaceX completou 134 lançamentos orbitais, quase o triplo do seu concorrente mais próximo: a estatal chinesa CASC, com 48 lançamentos. Graças ao Starlink, a SpaceX coloca em órbita 83% de todos os satélites do mundo, autofinanciando com seu serviço de internet via satélite o desenvolvimento da Starship, que permitirá lançar o Starlink em ritmo ainda maior.

A constelação Starlink cresceu para 7.000 satélites, alcançando 5 milhões de usuários (90% a mais que em 2023). A Morgan Stanley estima que a Starlink gerou 900 milhões de dólares de lucro operacional sobre uma receita de 9,3 bilhões no ano passado. Pragmática e eficaz, Shotwell foi peça-chave em todas essas operações, esforço que agora é recompensado com seu primeiro "bilhão".

Imagens | NASA, SpaceX


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