Só o sinal de Deus online: Vaticano toma atitude extrema para manter sigilo do conclave

Vaticano tem esquema se seguranca para evitar que vazem informações do conclave
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Igor Gomes

Subeditor

Subeditor do Xataka Brasil. Jornalista há 15 anos, já trabalhou em jornais diários, revistas semanais e podcasts. Quando criança, desmontava os brinquedos para tentar entender como eles funcionavam e nunca conseguia montar de volta.

Desde de a morte do Papa Francisco, o mundo espera ansiosamente para o começo da votação que vai escolher o próximo chefe da igreja católica. Hoje, 7/5, os cardeais fazem a primeira reunião para discutir e votar nos cadidatos. Os 133 cardeais do mundo inteiro entrarão na Capela Sistina e ficarão trancados durante o dia inteiro, saindo apenas em pausas para se alimentar. A cada dia, serão feitas até quatro votações para decidir o nome do novo Chefe de Estado do Vaticano.

Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos. Em média, os dois últimos papas foram escolhidos com 3.2 dias de votação. A votação mais demorada foi em 1268, que durou dois anos. Depois de eleito, o papa Gregório X estabeleceu que os cardeais deveriam ser trancados em uma sala com chave (daí a expressão conclave, que dá nome ao processo) até que o novo representante fosse escolhido.

Bloqueio a celulares

Todo o processo é cercado de sigilo. Os participantes do processo, sejam cardeais votantes ou a equipe da Igreja que trabalha na votação, não devem vazar nenhuma informação sobre o pleito sob pena de excomungação imediata. Jammers são instalados no perímetro onde os votantes ficam para impedir que dois aparelhos eletrônicos se comuniquem entre si usando radiofrquência. O mesmo sistema é usado nas cadeias brasileiras para tentar frear a comunicação dos presos com pessoas de fora.

Em 2015, no conclave que escolheu Jorge Bergolio como o sucessor de Joseph Ratzinger, foram utilizadas gaiolas de faraday, aparelho que cria um campo eletromagnético  para impedir telefones celulares de se conectarem à rede telefônica. Esse ano, dois dias antes do início da votação, o Vaticano anunciou que interromperia o sinal das torres de transmissão 5G em todo o seu território, menos na Praça de São Pedro (onde estão fieis e jornalistas), para garantir o segredo.

Ameaça que vem dos céus

Outra fonte de preocupação com o conclave é a presença de drones. Durante o enterro do Papa Francisco, membros da Pontifícia Guarda Suíça (instituição militar que protege o Vaticano) portavam bazucas anti-drones para evitar que esses aparelhos entrassem no local. As armas são usadas para derrubar os drones, neutralizando a ameaça. E mesmo que eles consigam escapar e se aproximar da Capela Sistina, não será possível tirar fotos do interior, já que as janelas receberam um filme protetor que impede a observação.

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