“Mesmo que eu te contasse, você não acreditaria em mim”: o mistério do que Napoleão viu enquanto dormia na Grande Pirâmide do Egito

Napoleão - História -
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

Ao longo da história da humanidade, grandes conquistadores surgiram de diferentes partes do mundo. Júlio César, Gengis Khan, Alexandre, o Grande, e Napoleão Bonaparte são apenas alguns exemplos. No caso de Napoleão, destaca-se a lenda de sua visita às pirâmides do Egito e como, ao entrar no templo de Amom, ele teria levado consigo o chamado "grande segredo".

Era o ano de 1798 quando Napoleão Bonaparte chegou às terras desérticas do Egito. Ao desembarcar, lembrou-se da famosa história de Alexandre, o Grande, que, ao entrar no templo de Amom, teria convencido a todos de que o oráculo o proclamara filho do deus. Evidentemente, Napoleão não podia ficar atrás.

Como destaca Peter Tompkins em Secretos de la Gran Pirámide, Napoleão aspirava a emular outros grandes estrategistas militares que também buscaram uma experiência transcendental e transformadora em sua jornada de autoconhecimento.

Segundo a lenda, durante sua campanha no Egito e na Síria, Napoleão voltou ao Cairo para passar uma noite no interior da Grande Pirâmide, buscando experimentar o descanso final de Quéops. Após percorrer os estreitos corredores acompanhado por seus homens, ele chegou à câmara do rei, onde passou a noite inteira.

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Sete horas depois, o sol começou a iluminar as terras de Gizé. Foi então que Napoleão emergiu pálido e visivelmente perturbado. Questionado por seus homens sobre o que havia acontecido, ele simplesmente respondeu: "Mesmo que eu contasse, vocês não acreditariam." Nunca mais falou sobre o ocorrido. O segredo, selado entre ele e as pedras milenares, permanece desconhecido até hoje.

É claro que esta pode ser apenas uma das muitas histórias que foram alteradas ao longo dos anos. É difícil distinguir se estamos diante de um episódio histórico genuíno, repleto de mistério e significado, ou de um relato que foi sendo engrandecido com o passar do tempo.

Não é à toa que sua veracidade continua sendo objeto de debate entre historiadores e acadêmicos.

História

Realidade

Entre os que defendem a autenticidade do relato estão testemunhos de figuras como Dominique Vivant Denon, um artista que acompanhou a expedição de Napoleão. Denon descreve uma noite dentro da pirâmide, mencionando a presença de Napoleão e de seu círculo próximo.

Outros testemunhos, como o do General Philippe-Paul de Ségur, também corroboram parte da história, embora o mistério persista devido à falta de provas conclusivas.

Por outro lado, o escritor Javier Sierra, em sua obra A Pirâmide Imortal, afirma no epílogo e na introdução que, embora o relato seja fictício, a noite de Napoleão na pirâmide poderia realmente ter ocorrido.

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Mito

Do outro lado do debate está Louis Antoine Fauvelet de Bourrienne, secretário pessoal de Napoleão. Ele afirma que o estrategista francês enviou outras pessoas para explorar as pirâmides e pediu que compartilhassem suas impressões.

Bourrienne, em sua biografia de Bonaparte, declarou que Napoleão nem sequer entrou na Grande Pirâmide, desmentindo a ideia de uma visita noturna em solitário.

A historiadora Shannon Selin também aponta que muitas lendas sobre Napoleão carecem de fundamento, incluindo esta. Segundo Selin, não há evidências de que alguém na expedição tenha documentado a entrada de Napoleão na pirâmide, o que reforça a ideia de que este relato é mais um mito do que um fato histórico.

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Embora estejamos diante de um relato com mais elementos de lenda do que de fato histórico, a história serve como um lembrete do legado de Napoleão e de sua campanha no Egito, uma região que os franceses nunca conseguiram controlar plenamente.

A expedição, apesar de começar com sucessos militares, terminou em fracasso, e Bonaparte abandonou o Egito em 1799, enquanto suas tropas se retiravam completamente até 1801.

Apesar do fracasso militar, a expedição de Napoleão despertou um interesse global pela antiga civilização egípcia, marcando o início da egiptologia. Os cientistas que acompanharam o exército percorreram o país e documentaram suas descobertas na obra Description de l'Égypte, publicada entre 1809 e 1822.

Embora seu conteúdo arqueológico fosse limitado, o impacto foi imenso, despertando o interesse e a fascinação por essa cultura em todo o mundo.

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