Físicos criaram o mapa mais preciso da Terra — e ele não tem nada a ver com o que estamos acostumados a ver

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Sofia Bedeschi

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Sofia Bedeschi

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Jornalista com mais de 5 anos de experiência, gamer desde os 6 e criadora de comunidades desde os tempos do fã-clube da Beyoncé. Hoje, lidero uma rede gigante de mulheres apaixonadas por e-Sports. Amo escrever, pesquisar, criar narrativas que fazem sentido e perguntar “por quê?” até achar uma resposta boa (ou abrir mais perguntas ainda).

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Astrofísicos da Universidade de Princeton redesenharam o mapa da Terra. Essa versão reduz ao mínimo as distorções ao transformar a superfície esférica em um plano. O formato resultante lembra um disco de vinil, em que cada lado corresponde a um dos hemisférios terrestres (norte e sul).

Segundo os autores, trata-se da representação mais fiel do nosso planeta feita até hoje. Ainda assim, eles reconhecem algumas imperfeições. 

“Não dá para fazer tudo perfeito. Um mapa é tão bom em certos aspectos quanto pode deixar a desejar em outros”, disse Richard Gott, um dos responsáveis, no comunicado que anunciava esse marco cartográfico.

Um problema de mais de 500 anos

Apesar do que dizem os terraplanistas, a humanidade sabe que a Terra é esférica desde os tempos de Aristóteles, no século IV a.C. Para os cartógrafos antigos isso não representava um desafio, já que os mapas incluíam apenas as regiões da Eurásia e da África. Oceanía, América e Antártida só passaram a aparecer a partir do século XVI.

Como esses mapas também não eram tão precisos, as distorções não tinham grande relevância. 

Foi apenas na era moderna que a precisão cartográfica se tornou essencial, especialmente para navegadores e exploradores que se aventuravam pelo mar.

Uma das projeções mais usadas até hoje (inclusive como base do Google Maps) foi criada no século XVI por Gerardus Mercator. Esse mapa preserva a precisão nas formas de mares e países, mas distorce bastante os tamanhos. Isso é evidente nas áreas próximas aos polos, que aparecem muito maiores em relação às regiões próximas ao Equador.

Para David Goldberg e Richard Gott, criadores da nova projeção, esse não é o melhor mapa. Segundo o sistema de pontuação de mapas que eles mesmos desenvolveram em 2007, a melhor projeção plana até então era a do cartógrafo alemão Oswald Winkel, de 1921.

Versão "disco", aqui mostrando a frente e o verso no mesmo plano. Imagem | Gott et al. Versão "disco", aqui mostrando a frente e o verso no mesmo plano. Imagem | Gott et al.

Pontuando os mapas

O sistema de pontuação Goldberg-Gott é baseado em seis critérios: formas locais, áreas, distâncias, flexão, assimetria e cortes. Funciona assim: cada mapa-múndi esférico começa com pontuação 0,0, e toda distorção acrescenta pontos. De acordo com essa métrica, a projeção de Winkel Tripel tem 4.563 pontos. Já o novo mapa conseguiu reduzir o erro para 4.497 pontos.

Entre todas as variáveis do sistema, há uma em que o novo mapa se destaca: a continuidade. Isso porque uma das maiores fontes de distorção nas outras projeções é o corte feito geralmente no Pacífico, entre Ásia, Oceania e América. A solução da equipe de Gott foi propor o mapa em formato de disco, o que dá continuidade ao “corte” do Equador.

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