Pioneiros dos smartwatches, Pebble apresenta primeiro anel inteligente da marca — e ele tem um microfone

Index 01 chega em pré-venda por US$ 75 e aposta em uma proposta minimalista: um botão, um microfone e a promessa de ser “a memória externa do seu cérebro”

Crédito de imagem: Core Devices
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João Paes

Redator
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João Paes

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Escreve sobre tecnologia, games e cultura pop há mais de 10 anos, tendo se interessado por tudo isso desde que abriu o primeiro computador (há muito mais de 10 anos). 

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Eric Migicovsky sempre foi movido por uma filosofia simples: fazer os gadgets que ele mesmo gostaria de usar. Foi assim com o Pebble — o smartwatch que virou cult e redefiniu uma era (inclusive, saudades) — e agora também será assim com o Index 01, o primeiro anel inteligente da marca. Não espere LEDs, sensores de batimentos ou notificações piscando. O Index é, basicamente, um microfone que você veste no dedo. E essa simplicidade é exatamente o ponto.

Com o preço na pré-venda de US$ 75 e visual que lembra um lacre de cabo bem apertado no dedo, o Index foi projetado para ser usado no dedo indicador. Ele traz um microfone, um pequeno botão e nada mais. Para Migicovsky, isso é libertador: o anel virou o “gravador universal” que ele procurava há anos. Basta pressionar e segurar o botão com o polegar para gravar áudio — e tudo segue direto para o app do Pebble no Android ou iOS, que organiza gravações e transcrições de forma automática.

E se você estiver longe do celular? O anel tem cerca de cinco minutos de armazenamento local, mais um modelo de transcrição embutido para funcionar offline. “Se você tirar a internet do caminho, tudo continua funcionando”, diz Migicovsky. A ideia é que o Index jamais falhe — e por isso não usa palavras de ativação, não depende da nuvem e sequer precisa de carregamento. A bateria deve durar anos, desde que o uso seja rápido, algumas vezes ao dia. (Gravar 15 horas seguidas não é recomendado — nem pela empresa, nem pelo bom senso).

O uso é direto: gravar notas, criar lembretes, marcar alarmes. Mas a mágica acontece no software. O Index pode enviar notas automaticamente para serviços como o Notion, criar eventos, configurar lembretes nativos — e, no Android, até mexer no app Relógio para ajustar alarmes. Para quem já usa um relógio Pebble, o combo cria um fluxo quase invisível: você fala com ele no seu dedo e recebe tudo no pulso.

Crédito de imagem: Core Devices

A Pebble deixa claro que não quer vender o Index como dispositivo “agente” de IA, embora admita o potencial. Migicovsky cogita, por exemplo, permitir que um duplo clique envie o áudio direto ao ChatGPT e adicionará suporte ao Model Context Protocol, abrindo integração com outros apps e modelos de IA. Ainda assim, ele repete: “O Index é memória externa. Ele faz uma coisa — e faz muito bem”.

Assim como o restante do ecossistema Pebble, o Index será totalmente open source. Isso permite que desenvolvedores criem novos hardwares, adicionem funções ou reinventem o produto. A pré-venda já está aberta, com envio previsto para março de 2026 e o preço posterior de US$ 99.

Migicovsky diz usar o anel cerca de 20 vezes por dia. Se depender dele, falar com a própria mão pode ser o próximo hábito tecnológico que você vai adotar.


Crédito de imagens: Core Devices


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