A Harley-Davidson quer (e precisa) voltar a ser uma marca para todos, não apenas para alguns com carteira cheia e predileção por motos de 350 quilos. E sua nova arma para atingir esse objetivo já tem nome: Sprint. Uma motocicleta pequena e barata com alma ianque que chegará em 2026 com um preço-alvo de cerca de US$ 6 mil, cerca de R$ 32,5 mil.
O movimento não é acidental. Em Milwaukee, eles sabem que continuar apostando apenas em modelos com grande cilindrada e preços altos está levando a marca a um impasse comercial.
2026 pode ser a data de chegada da nova Harley-Davidson barata
Kolja Rebstock, vice-presidente de mercados internacionais da Harley, resumiu assim: "Perdemos volume quando paramos de vender as Sportsters. O desafio é claro: como lançar motocicletas pequenas que ofereçam benefícios e, ao mesmo tempo, atraiam novos motociclistas?"
A Sprint é exatamente essa resposta. Não será uma reedição da Street 750 (uma tentativa fracassada de uma década atrás), mas um modelo completamente novo que leva o nome da Harley Sprint dos anos 60, fabricada em conjunto com a italiana Aermacchi. Essas motocicletas leves e vigorosas triunfaram nas pistas de terra. Esta nova Sprint, se tudo correr bem, buscará o mesmo nas concessionárias.
No momento, não há dados técnicos nem confirmação oficial sobre onde será fabricada, mas tudo indica que a Harley seguirá a mesma receita das X350 e X500 vendidas na Ásia: produção na Tailândia ou colaboração com uma fabricante chinesa. O objetivo é claro: baixo custo e fácil acesso a um público jovem que nem sequer considera gastar muito numa Harley tradicional.

Essa mudança não é isolada. A Harley já está experimentando na Índia com a X440 (desenvolvida em conjunto com a gigante indiana Hero MotoCorp) e contempla seu salto para a Europa, no mesmo estilo que a Honda fez com a GB350 ou a Triumph com a Speed 400. Além disso, com a Pan America 1250, a empresa rompeu com seu molde estético habitual e entrou no segmento de trilhas, embora muitos ainda o ignorem.
E, como se não bastasse, a partir de 2026, a empresa quer se infiltrar nos paddocks da MotoGP com seus equipamentos de corrida, competindo em um campeonato internacional paralelo. A Harley quer rejuvenescer sua imagem, reinventar seu catálogo e sobreviver em um mundo onde os mitos do couro e do cromo pesam cada vez menos.
A Sprint é o primeiro passo. Uma Harley para todos os públicos. Veremos se funciona desta vez.
Imagens | H-D
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