Conforme jogadores de PC reclamam dos altos preços das placas de vídeo, NVIDIA quer ir um pouco além

Os jogadores de PC nunca se conformaram com os picos de preços das placas de vídeo. Após uma escassez histórica no início da década, que elevou os preços a níveis recordes, a situação parecia estar se estabilizando lentamente. Mas um novo golpe parece estar se formando.

Imagem | Nvidia
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A nova geração de placas de vídeo GeForce RTX 50, baseada na arquitetura Blackwell, está longe de ser acessível à maioria das pessoas. Raras em estoque, frequentemente acumuladas por cambistas antes mesmo de chegarem às lojas, essas placas já são vendidas a preços exorbitantes. E isso é só o começo. A NVIDIA está se preparando para aplicar novos aumentos, em um contexto em que seus custos de produção estão explodindo.

O principal motivo? A escolha de sua fornecedora, a TSMC, de transferir parte da fabricação dos chips para os Estados Unidos, para novas fábricas localizadas no Arizona. Entre custos de mão de obra mais altos, cadeias de suprimentos mais complexas e tarifas americanas ainda em vigor, produzir localmente custará significativamente mais do que em Taiwan. Segundo o site Tom's Hardware, essa nova situação pode levar a um aumento de 5% a 10% no preço das placas de vídeo gamer e de até 15% nos aceleradores de IA. Um duro golpe para os jogadores, que correm o risco de pagar o preço de uma guerra industrial além de seu controle.

Mercado chinês bloqueado, prejuízos se acumulam

Mas os problemas não param por aí para a NVIDIA. A fabricante também enfrenta a proibição de vender alguns de seus produtos de IA na China. Os aceleradores H20, embora especialmente projetados para atender aos limites impostos por Washington, foram finalmente considerados "poderosos demais" pelo governo americano. O resultado: US$ 5,5 bilhões (mais de R$ 30 bi) em pedidos cancelados no primeiro trimestre de 2025 e intensificação da pressão financeira.

Jensen Huang, CEO da NVIDIA, está tentando a todo custo preservar o acesso ao mercado chinês, temendo que a Huawei e suas próprias GPUs preencham esse vácuo. Uma mudança estratégica pode então ocorrer, com a China fortalecendo sua preferência nacional e, ao mesmo tempo, se afastando dos produtos americanos a longo prazo. E como se isso não bastasse, um projeto de lei nos Estados Unidos planeja impor rastreamento rigoroso de GPUs para impedir qualquer evasão de sanções — um novo obstáculo que pode ampliar ainda mais a lacuna tecnológica entre as duas potências.

Nesse contexto, os jogadores de PC, já cansados dos preços estratosféricos das últimas gerações de placas de vídeo, podem ter que rever seu orçamento para cima mais uma vez. A pausa de 90 dias nas tensões alfandegárias entre Washington e Pequim, anunciada recentemente, é suficiente apenas por enquanto para adiar o impacto.

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